Introdução
Modernidade. Tempo de mudanças. Recomeço. Renascimento. Ciências. Descobertas. Desejo de conhecer o ser do homem. São estas as questões chaves de um dos períodos mais férteis da História da Filosofia que vamos estudar nesta breve pesquisa. Trata-se da Filosofia Moderna.
A Filosofia Moderna corresponde ao pensamento desenvolvido da metade do século XV ao final do século XVIII. O que chamamos de mentalidade moderna advém das transformações culturais, sociais, religiosas e econômicas que ocorreram na Europa deste período.
Neste importante período da história da humanidade a teoria política e científica ganhou novos ares e as transformações pelas quais passava o continente europeu entre os séculos XV-XVIII foram marcadas por um movimento de novas elaborações filosóficas. Maquiavel, Montaigne, Erasmo, More, Galileu, Descartes, Locke e Kant são alguns nomes significativos para a Filosofia do período.
As perguntas sobre os fundamentos da realidade eram revestidos de questionamentos sobre o que é o conhecer e o papel do que se passou a chamar de “sujeito moderno”. Do “cogito” cartesiano aos princípios da experiência, passando pelas novas invenções, temos um panorama de algumas questões da Idade Moderna.
Ao longo de todo o século XVIII desenvolveu-se a escola Iluminista com suas críticas ao mundo do Antigo Regime. Montesquieu, Voltaire, Rousseau, Diderot e outros elaboraram propostas consideradas revolucionárias para a época.
A Idade Moderna é marcadamente caracterizada pelo fim do feudalismo e o surgimento de um novo sistema econômico, o capitalismo. Ou seja, trata-se de um momento em que ocorre o crescimento do comércio e a ascensão da burguesia.
Neste sentido é importante saber que burguesia é uma classe social surgida na Europa em fins da Idade Média, com o desenvolvimento econômico e o Aparecimento das cidades, e que veio a dominar a vida política, social, econômica e intelectual (FERREIRA, 2001: 112). Já o termo capitalismo significa um sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, na organização da produção visando o lucro e empregando o trabalho assalariado, e no funcionamento do sistema de preços (FERREIRA, 2001: 128).
O mercantilismo, considerado a primeira etapa do capitalismo, foi estabelecido como forma de fortalecimento das economias nacionais, levando a um impulso da navegação e à chegada a novas regiões do planeta. São exemplos de grande prodígio da navegação a chegada, em 1492, de Cristóvão Colombo à América, declarando-a colônia da Espanha, e também a primeira viagem ao redor do mundo, entre 1519 e 1522, comandada por Fernão de Magalhães.
Outro fenômeno significativo foi a formação de novos Estados Nacionais, o que levou à discussão sobre as formas de governo, pois neste momento há na Europa a centralização do poder através da monarquia absoluta, isto é, o absolutismo.
O movimento conhecido como Reforma protestante quebrou a unidade religiosa européia, dividindo a Igreja Católica. O que rompeu com a concepção passiva do homem, entregue unicamente aos desígnios divinos, e reconheceu o trabalho humano como fonte da graça divina e origem legítima da riqueza e da felicidade. O homem pôde, afinal, pensar livremente e responsabilizar-se por seus atos de forma autônoma.
O homem na Idade Moderna contraria a supervalorização da fé cristã, do teocentismo (Deus no centro) e passa a uma tendência antropocêntrica (o homem como centro), valorizando a obra humana. A Filosofia Moderna é marcadamente laica, ou seja, não-religiosa, o que a distancia em vários fatores da Filosofia Medieval. Esse interesse pelo homem pode ser explicado nas palavras de Shakespeare, autor de peças como Hamlet e Romeu e Julieta: “Que obra de arte é o homem: tão nobre no raciocínio; tão diverso na capacidade; em forma e movimento, tão preciso e admirável; na ação é como um anjo; no entendimento é como um Deus; a beleza do mundo, o exemplo dos animais”.
A crença na razão humana e o questionamento aos dogmas do catolicismo levaram o homem moderno ao desenvolvimento da ciência natural e a criação de novos métodos científicos.
Também, não podemos deixar de citar, a relevante invenção da imprensa, que possibilitou a impressão dos textos clássicos gregos e romanos que contribuíram decisivamente com essa nova mentalidade moderna. Com a imprensa foi possível divulgar as descobertas científicas, filosóficas e artísticas.
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