segunda-feira, 13 de julho de 2009

Rock`n Roll no sangue............AAAAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (parte 3)



“O SONHO ACABOU”


Apesar de Woodstock representar a confirmação da ideologia hippie, quando a imprensa finalmente passou a se interessar pela contracultura, o ano de 1969 marca o fim da era em que se anunciava essa “sociedade utópica”. Os assassinatos da atriz Sharon Tate (mulher do diretor de cinema Roman Polanski) e do casal Labianca, cometidos por hippies fanáticos, seguidores da seita liderada por Charles Manson, abalaram o mundo e ajudaram a exterminar o movimento hippie nos Estados Unidos. ”Misturando Bíblia e Beatles em sua imaginação distorcida, Manson lhe dava uma interpretação altamente pessoal, em que se via como o agente de um novo Apocalipse.” (MUGGIATI, 1985, p. 49)
Tanto na casa de Sharon Tate quanto na casa dos Labianca, foram encontradas inscrições a sangue nas paredes. No último caso, as palavras PIGS e HELTER SKELTER foram escritas com o sangue das vítimas na porta da geladeira. As palavras são alusões a duas canções dos Beatles: Piggies e Helter Skelter.
Além do caso Tate-Labianca, o ex-guitarrista do Rolling Stones, Brian Jones, morre em 1968; o acontecimento antecipou a perda da tríade Janis-Hendrix-Morrison, já citada. Esses fatos resultaram em um grande desfalque para a música, tornando o fim da década de 1960 uma sucessão de acontecimentos tristes para o rock.
O Festival de Altamont, que aconteceu em uma pista de corridas desativada a uns 60 quilômetros de São Francisco, vem engrossar a lista de tragédias da época. Trezentas mil pessoas, que esperavam para ver, entre outros, Rolling Stones e Jefferson Airplane, depararam-se com a falta de organização do festival, programado de última hora. Muita sujeira, drogas, doenças e quatro mortes foram os resultados de Altamont. O documentário da turnê americana dos Stones, Gimme Shelter, mostra a cena de um jovem negro que puxou um revólver e foi esfaqueado por membros do “Hell Angels” – os seguranças improvisados do evento.
Manson e Altamont atingiam em cheio as duas maiores entidades do rock, os Beatles e os Rolling Stones, e mostravam como a música podia ser perigosa e desencadear forças negativas e violentas entre um público imaturo e dominado por impulsos de destruição. Assim, o mundo e a contracultura ingressaram na feia realidade de 1970. (MUGGIATI, 1985, p. 50-52)
A década que se iniciava mostrava-se caracterizada por um forte individualismo, contrastando com o engajamento político e o sonho da comunidade alternativa, pregado pelos hippies. Como se não bastassem todas as mortes que ocorreram nesta época, também registrou-se o fim dos Beatles, em 1970.
Em fins de 1960, houve a confluência de várias novas tendências do rock, normalmente caracterizadas pela preocupação com a elaboração sonora das canções. "O ano de 1967 é marcado no 'rock' por uma verdadeira revolução conceitual, onde o vulgar é soterrado por um 'status' equivalente a qualquer revolução de outrora (...)o fato foi que o rock intelectualizou-se" (MONTANARI, 1988, p. 66).


O Rock como Forma de Arte


Um dos rótulos que surgiu ainda antes da virada da década de 70 foi o rock progressivo, fortemente influenciado pela música clássica e pelas inovações tecnológicas. O grupo de maior destaque nesta categoria é o inglês Pink Floyd, mas antes deles, o Alan Parsons Project apresentava uma nova proposta de rock, em que veiculavam pelo rádio os Contos de Mistério e Imaginação, de Edgar Allan Poe. O King Crimson também inovou neste sentido, ao lançar álbuns conceituais como In the Court of King Crimson e In the Wake of Poseidon.
Outro grupo que também contribuiu para o desenvolvimento do progressivo e deu o primeiro passo para a mistura entre o rock e a música erudita foi o Moody Blues. Em 1968, esta banda gravou com a Orquestra Sinfônica de Londres, inaugurando a composição de “poemas orquestrais”, em que se destacava o “forte clima descritivo das canções”.
A música erudita, nesta época, teve importância fundamental para as composições de rock. Muitos músicos se utilizavam da influência de compositores como Bach ou Mozart para a elaboração de canções, expandindo as fronteiras musicais. Rick Wakeman, do Yes, possuía formação em música clássica e a utilizou nas suas canções de rock.
Da junção do nome de dois bluesmen americanos, Pink Anderson e Floyd Council, surgiu na Inglaterra o grupo que se transformou em um ícone para o rock como forma de arte; o Pink Floyd se caracterizava pela preocupação com os efeitos especiais das apresentações ao vivo como complementação para sua música. Vários clássicos foram lançados pela banda, como The Dark Side of the Moon (1973) e The Wall (1979); este último rendeu também um filme homônimo, de 1984.
Outra conquista do Pink Floyd foi superar a barreira entre os sons perfeitos fabricados em condições ideais no estúdio e a música forçosamente problemática das apresentações ao vivo. Eles conseguiram isso completando seus espetáculos com efeitos visuais que realçassem o clima de sua música e, evidentemente, ampliando também a formação costumeira do grupo, um quarteto. (MUGGIATI, 1985, p. 62-63)
Uma das contribuições do progressivo foi a composição de “poemas tonais” para o rock, em climas sombrios, de pesadelo. Essa caracterização mais intimista para as canções contrastava com o clima de celebração do rock dos anos 60 (psicodelia). Outras bandas, como Genesis e Jethro Tull surgiram nesta época, inserindo-se no contexto das experimentações sonoras.
...o Rock parecia dominado pelo seu lado intelectual, pelo progressivo, pelo acadêmico, pelo auditivo. Não se deixara de dançar, mas sentar diante do aparelho de som e ESCUTAR tornara-se algo tão comum que o percentual de rockeiros dançantes diminuíra se comparado com o da época do rock’n’roll. (CHACON, 1985, p. 44)
Nos Estados Unidos, 1967 foi o ano de um compositor que ampliou o cenário do rock : "um músico anarquista resolve desvencilhar suas farpas contra a mediocridade da vida consumista norte-americana. O nome dele é Frank Zappa...(MONTANARI, 1988, p. 66). As influências de Zappa iam desde a música eletrônica à erudita, o que era verificável nas fusões que realizava em suas músicas: "Zappa sacode o 'stablishment', ganhando rapidamente o rótulo de 'maldito'" (id.). As experimentações de Frank Zappa eram baseadas no uso de ruídos, técnicas de colagem, percussão; ao contrário dos músicos de rock que se iniciavam pelos blues, ele freqüentava aulas de música contemporânea.
Mas ainda havia muito mais para acontecer nos anos 70, que muitos, erroneamente, caracterizam como a “década em que nada aconteceu”. Outra vertente que modificou a sonoridade do rock foi o heavy-rock. Como argumenta Chacon (id., p. 39-40):
Na primeira vez que alguém distorceu uma guitarra inaugurou uma outra variante do Rock que representaria sua imagem esteriotipada aos frágeis ouvidos do não-iniciado: o heavy-rock (Rock pesado), ou rock-pauleira, como é mais conhecido, quebrava com as seqüências do Rock-tipo-Beatles e atendia a um mercado mais feroz e ansioso por um batida mais violenta...
O som das bandas de heavy metal existe para ser consumido, preferencialmente, nas apresentações ao vivo. As bandas se preocupam em tocar muito alto, o que já contribuiu para especulações de que o metal faria mal aos ouvidos; no entanto, isso não foi comprovado. O caso da surdez de Brian Wilson, dos Beach Boys, é um exemplo claro desta controvérsia, visto que o som da banda é relativamente calmo perto da sonoridade do metal. Vocais estridentes (ou guturais), preocupação com o visual da banda e performances ousadas nas apresentações ao vivo são outros aspectos do heavy metal.
Jimi Hendrix e o Cream foram grandes inspiradores para este sub-gênero do rock. Muggiati (1985, p. 89) explica que o heavy-rock foi um subproduto do acid rock, na medida que provocava no ouvinte uma “intoxicação sonora”. Por sua vez, o Iron Butterfly (“borboleta de ferro”) foi um grupo que influenciou a denominação das bandas de heavy metal, devido à referência “metálica” em seu nome.
Um importante crítico de rock, Lester Bangs (ex-editor da revista Cream) retirou o termo “heavy metal” de um romance de William Burroughs e o associou ao rock depois desta expressão ser incluída em uma música do Steppenwolf. Esta música, Born to be wild, remete ao som de um “trovão de metal pesado” e faz parte da trilha sonora do filme Easy Rider (Sem Destino), de 1969, que contribuiu para a disseminação do rock pesado.
Além desta versão, existe uma outra, em que o termo “heavy metal” surgiu quando uma grande fábrica explodiu no mesmo dia de uma apresentação do Led Zeppelin.
Bandas inglesas como Black Sabbath e Deep Purple se firmaram como importantes representantes do heavy metal no início dos anos setenta. A primeira recebeu esta denominação derivada da influência “satanista” para os nomes das bandas de heavy metal. Outras que despontariam anos depois também se incluiriam nesta vertente, em que composições e visual sombrios são comuns.
A influência do Black Sabbath e do Deep Purple foi marcante para as décadas posteriores; muitas compilações e tributos às duas bandas foram lançados, mas o Purple continua em atividade, mesmo depois de muitas mudanças em sua formação original. O guitarrista Richie Blackmore, um dos fundadores do Deep Purple, (e atualmente em carreira-solo) foi um dos pioneiros na influência da música erudita nas canções de rock pesado - tradição que ser firmaria anos depois com grupos de heavy metal dos anos oitenta e noventa.
O Black Sabbath trouxe as primeiras imagens de “morte, demônios e ocultismo” às canções de rock, além de lançar vocalistas importantes, como Ozzy Osborne e Ronnie James Dio. Este último, que havia sido anteriormente vocalista do Elf (banda com inspiração no blues), depois ingressou no Rainbow, grupo de Richie Blackmore após a saída do Deep Purple. Inicialmente conhecido como Richie Blackmore’s Rainbow, este grupo com tendências ao hard rock lançou em 1976 um disco que se tornou clássico: Rainbow Rising. Considerado um dos maiores vocalista de metal, atualmente Dio se dedica à própria banda, firmando uma carreira pós-Sabbath bem sucedida.
Ozzy cantou com o Black Sabbath na primeira fase da banda; é da sua época clássicos como Iron Man e a homônima e sombria Black Sabbath. Após sair do Sabbath, em 1978, também se lançou com sua própria banda, continuando em atividade até hoje. A vida de Ozzy freqüentemente foi associada a histórias surpreendentes:
Célebre pelas imagens de mutilação de animais durante seus shows, Osbourne, como reza a lenda, teria tomado dolorosas injeções anti-rábicas depois de ter arrancado, com os dentes, a cabeça de um morcego jogado pela platéia. (FRIEDLANDER, 2002, p. 381)
Um grupo do final dos anos sessenta e que se destacou durante a década de 70 foi o Grun Funk Railroad. A inspiração para o nome da banda surgiu de um trocadilho com o nome de uma estrada de ferro chamada Grand Trunk and Western Railroad.
Essa banda de Detroit não recebeu muito prestígio entre os críticos, mas agradou ao público. O Grun Funk abriu vários shows para o Led Zeppelin, em muitos casos, roubando a atenção da platéia. Entre os temas de suas músicas, sexo, política, religião e ecologia estavam entre os mais comuns. A inovação de suas músicas ficava por conta da utilização de instrumentos pouco comuns em grupos de rock, como violão, piano, alguns tipos de percussão e orquestra.
O grupo que realmente comandou as transformações na sonoridade do rock para essa época foi o Led Zeppelin. Em uma fusão do blues com o hard rock, construíram sua carreira como os maiores representantes do trinômio “sexo, drogas e rock’n’roll” nos anos 70.


Uma “Escada para o Céu”


O Led Zeppelin começa quando os Yeardbirds se desintegram. Em 1967, o guitarrista Jimmy Page foi deixado por seus companheiros com uma agenda de shows para cumprir e dívidas para pagar. Com a finalidade de resolver esse problema, Page sai à procura de integrantes para uma nova banda, os New Yeardbirds.
O primeiro a integrar o novo grupo é o baixista John Paul Jones, que mostra a Page uma matéria de jornal sobre Robert Plant – vocalista de uma banda chamada Hobbstweedle. A mesma dica foi dada pelo cantor Terry Reid, que anteriormente havia sido cogitado para a vaga. Page e Jones foram assistir a uma apresentação do Hobbstweedle e ficaram tomados pela presença de palco e pela voz de Robert Plant. Ele passou a integrar o New Yeardbirds em agosto de 1968. O baterista John Bonham foi o último a entrar para o grupo, a convite de Plant.
Após concluir a formação da banda, o New Yeardbirds saiu em turnê para cumprir a agenda do antigo grupo. Com o fim das apresentações, ainda neste mesmo ano gravaram um disco que recebeu o novo nome da banda: Led Zeppelin. Segundo o jornalista Sérgio Martins (Bizz, 1999), a denominação veio de Jimmy Page, que se lembrou de uma citação de Keith Moon (baterista do The Who) sobre a viagem em um “zeppelim de chumbo”.
Sob contrato com a Atlantic Records, o Led Zeppelin iniciou uma turnê pelos Estados Unidos, um dia depois do Natal de 1968. Essa idéia partiu do empresário Peter Grant, também chamado de “o quinto zeppelin”.
Nos Estados Unidos, o Led Zeppelin conseguiu a popularidade que o seu primeiro disco não alcançou no Reino Unido. A onda de psicodelia ainda tomava conta do cenário do rock, e a sonoridade pesada da banda chamou a atenção do público rockeiro – que aprovaram a influência blueseira e os uivos do vocalista da banda. Canções como Good Times Bad Times e Communication Breakdown são composições deste primeiro disco.
Led Zeppelin II é lançado em 1969, alcançando o primeiro lugar nas paradas americanas. Thank You, canção de Plant para sua mulher na época, Maureen, o clássico do rock pauleira, Whola Lotta Love e Moby Dick, são destaques desse álbum.
Após o lançamento do segundo disco, o Led Zeppelin decide sair em turnê pelo Reino Unido, agora com sua carreira consolidada pelo sucesso nos Estados Unidos. Esse disco rendeu ao grupo o título de “melhor banda da Inglaterra” pela Melody Maker. O sucesso do Led Zeppelin provocou sua ascensão como legítimos de “rock stars”; as groupies (fãs fanáticas) disputavam a atenção dos músicos da banda e os negócios iam bem. O interesse de Jimmy Page pelo ocultismo, assim como seu vício em heroína, já eram conhecidos.
No entanto, antes da produção de Led Zeppelin III, os integrantes da banda encontraram-se cansados e resolveram se isolar para compor. Canções como Tangerine e Since I’ve benn Loving You são algumas das que estão neste disco.
Em 1973, o Led Zeppelin lança um álbum sem título e que passaria a ficar conhecido como “Quatro Símbolos’, entre outras denominações. Essa referência deve-se aos símbolos impressos na contracapa do álbum, relacionados a cada integrante da banda. Esse disco foi o de maior vendagem para o Led Zeppelin, rendendo mais de 16 milhões de cópias nos últimos 25 anos. A canção mais popular do grupo, Stairway to Heaven, faz parte deste álbum. Sobre essa música, Friedlander (2002, p. 339) comenta:
Page e Plant dividiram a música em dois níveis dinâmicos(...). El começava suavemente com a introdução do violão de Page e um longa citação de versos, aumentando gradualmente até explodirem em um rock completo (...) A letra obscura, cantada com a voz de um trovador piedoso, refletia o interesse de Page pelo folclore britânico e celta e seguia a busca de uma mítica dama por sua “escada para o céu ou nirvana espiritual’.
Em 1973, o grupo lança Houses of the Holy, marcado por canções funk e reggae (como em D’yer M’aker). Este álbum recebeu o primeiro lugar nas paradas do Estados Unidos e Inglaterra ao mesmo tempo. Entretanto, as apresentações do grupo são comprometidas depois do acidente de carro sofrido por Robert Plant. Assim, eles lançam o documentário The Song Remains the Same (1976), que mistura cenas do dia-a-dia dos integrantes com um show no Madison Square Garden.
Durante a turnê deste álbum, após a recuperação do acidente de Plant, seu filho, Karac, morre de um vírus desconhecido. Assim, a banda faz outra pausa e volta em 1979, com In Through the Outdoor, com a canção All my Love dedicada ao filho do vocalista. Um ano após esse lançamento, acontece a última turnê européia do Led Zeppelin; enquanto os integrantes da banda se preparavam para viajar aos Estados Unidos, John Bonham bebe além da conta e não consegue ensaiar.
No dia seguinte à embriaguez de Bonham, o baterista é encontrado morto, sufocado em seu próprio vômito (assim como aconteceu com Hendrix). Em dezembro desse mesmo ano, os integrantes remanescentes anunciam que sem Bonham, é impossível continuar com o Led Zeppelin.
O trovão setentista do Led Zeppelin quebrou as fronteiras do rock em sua época, estendendo sua influência para grupos que surgiram posteriormente: Aerosmith, Guns’n’Roses e Rage Against the Machine são alguns exemplos.

O Rock de “Plumas e Paetês”


Em meados de 1970, o heavy metal continuou a se expandir, inaugurando os anos 80 com uma profusão de bandas importantes para este sub-gênero do rock. Mas antes de se apresentar o cenário metal dos anos oitenta, é preciso destacar outras vertentes do rock que se desenvolveram ainda na década de 70.
Um movimento paralelo ao metal, muitas vezes mesclando-se a ele, e que marcou o início desta década foi o glitter rock, também conhecido como glam rock. Som pesado, muito brilho nas roupas e visual andrógino eram as características principais de grupos como T-Rex, Kiss e artistas como David Bowie e Alice Cooper. Este último, comumente chamado de “tia Alice”, foi o desencadeador da androginia no rock, antes esboçada por Mick Jagger e também seguida por Marc Bolan, do T-Rex.
Em outras palavras, algo como um rock de plumas e paetês em que os músicos apareciam fortemente maquilados ou até mesmo travestidos. Em Alice Cooper, o lado sexual era mais um recurso para agredir o público, pois Alice (nascido Vincent Furnier, filho de pastor) era ‘cria’ de Frank Zappa, o pai espiritual dos freaks de todo o mundo ... (MUGGIATI, 1985, p. 67-68)
Apesar de não se encaixarem especificamente neste gênero, os grupos ingleses Queen e Judas Priest, formados em 1970, eram adeptos do visual extravagante, aliando-o a uma pesada sonoridade.
Liderado por Fred Mercury, o Queen utilizava experimentações vocais e instrumentais em suas composições. A clássica Bohemian Raphsody é mais um exemplo da influência da música erudita no heavy metal, verificado na introdução e nas vocalizações desta música.
Bohemian Rhapsody foi lançada em 1975. Uma verdadeira ópera rock, no sentido mais literal das palavras. Taxada de experimentalista pela gravadora uma música como aquela dificilmente chegaria a ser um hit. Mais do que isso, porém, Bohemian Rhapsody se tornou no maior clássico da banda e seu primeiro single a chegar ao número 1. (WHIPLASH, dez/2002)
Esta era a época dos grandes concertos de rock e o Queen não fugia à regra; Fred Mercury desempenhava seu papel de frontman de maneira eficiente, devido ao seu carisma com o público. A partir de 1980, a banda acrescenta instrumentos eletrônicos e começa a se influenciar pela dance music, que se tornaria uma febre nesta década. No entanto, após quase duas décadas de existência, em 1991 a banda sofre a perda de Fred Mercury, que morre de complicações decorrentes da AIDS. O álbum Innuendo, lançado neste mesmo ano, marca a despedida do vocalista e líder da banda: "com menções depressivas e letras subjetivas, um Fred Mercury fraco insinua um difícil adeus, com músicas como The Show Must Go On (O Show Deve Continuar) e These are the Days of Our Lives (Esses São os Dias de Nossas Vidas)" (id.). A partir de 1992, várias coletâneas de tributo à banda foram lançadas, sendo que a última é de 1999.
Ainda hoje uma banda bem conceituada entre os apreciadores do gênero, o Judas Priest foi uma bandas precursoras do heavy metal moderno. As características que lhe conferiram esse título foram a adoção de roupas de couro e adereços de metal e "a união do peso e temática violenta criados pelo Black Sabbath à velocidade dos grupos como o Led Zeppelin” (id.). Além disso, a presença de dois guitarristas na banda - KK Downing e Glenn Tipton - se tornou uma das marcas das bandas de heavy metal que surgiriam posteriormente.
O auge da carreira internacional do Judas Priest se deu entre 1982 e 1984, com o lançamento dos álbums Screaming for Vengeance e Defender of the Faith, mas logo após essa fase, um fato marcou a imagem da banda. Um caso de suicídio de dois fãs foi amplamente explorado pela imprensa, que culpou o grupo pela morte dos dois garotos. Mesmo após ficar confirmado que as causas nada tinham a ver com a música do Judas Priest, esse caso se tornou corriqueiro com outras bandas e artistas de rock.
Após a boa fase, em 1986 a banda lançou o álbum Turbo, que não foi bem aceito pela crítica e pelo público, que não esperava pela fusão com instrumentos eletrônicos, marcante neste disco. O produto final se mostrou muito "comercial e forçado, marcando o ponto mais baixo na carreira da banda".
Em 1992, o vocalista Rob Halford (hoje em carreira solo) abandou o Judas Priest para montar o Fight; em seu lugar entrou Ripper Owens. O vocal de Ripper sempre foi associado ao de Halford, o que ajudou a não descaracterizar as músicas antigas da banda.

“POR QUE A GENTE NÃO CHAMA DE PUNK?”


Como explica o jornalista José Augusto Lemos (Bizz, ago1999), em fins de 1960 houve uma “reformulação visual”, seguida pelos jovens: “quem andava de jeans, camiseta e cabelos compridos, imediatamente passou a ser identificado como ‘hippie velho’”.
Nesta época, a movimentação política e (junto com ela) a violência faziam parte do cotidiano dos jovens, tanto na América quanto na Inglaterra. Como já foram citados, o movimento contra a guerra do Vietnã e a campanha contra a corrida nuclear, além do desemprego, denotavam o descontentamento da sociedade, em particular dos jovens.
A "violência gratuita" de cenas do filme A Clockwork Orange (Laranja Mecânica), de Stanley Kubrick, era repetida pela juventude nas ruas. Lemos (id.) relata que, banido das ilhas britânicas, o clássico de Kubrick também ditava a moda, sendo considerado um possível inspirador para a nova vertente que despontaria no cenário do rock: o punk. “(...)se havia uma coisa de que os ‘punks’ faziam questão de ser era contra a cultura. Nos dicionários, ‘punk’ quer dizer ‘droga’, ‘coisa sem valor’, ‘podre’, ‘doente’. (MUGGIATI, 1985, p. 69)
Bob Dylan e Joan Baez ainda tinham forte presença no cenário musical e político da América quando o primeiro embrião do punk apareceu em Nova Iorque. Artistas de renome, como Andy Warhol, faziam parte da vanguarda artística da cidade; logo surgiriam grupos de rock que movimentariam a cena musical.
Outro personagem dessa época, que circulou tanto no meio glitter quanto entre os que fundariam o punk, foi David Bowie. Tanto por isso quanto por seu visual extravagante, andrógino, o adjetivo mais associado a ele sempre foi "camaleônico". Sua incursão pelo meio musical também contou com a influência da eletrônica; mas a importância de Bowie ainda se estendeu para a fase pós-punk: ele foi o responsável pelo resgate de artistas importantes como Lou Reed (ex-Velvet Underground) e Iggy Pop (ex-Stooges).
O Velvet Undergroud (subterrâneo de veludo), foi uma das bandas que impulsionou outros grupos e artistas solo que passariam a caracterizar o punk. Esta banda surgiu em 1965, depois que Lou Reed mostrou ao guitarrista John Cale duas canções que havia composto: Heroin e Waiting for the man. Ele tocou as duas músicas ao violão e, como contou Cale (McNeil, McCain, 1997, p. 20), era diferente de tudo o que Dylan e Baez faziam:
Na primeira vez que Lou Reed tocou 'Heroin' pra mim, fiquei totalmente pasmo. A letra e a música eram tão obscenas e devastadoras. Mais que isso; as canções de Lou tinham tudo a ver com meu conceito de música. Nessas canções de Lou rolava um lance de assassinato do personagem. Ele tinha profunda identificação com os personagens que relatava. Era o 'Método' atuando na canção.
O primeiro empresário do Velvet Underground foi o escritor e colunista de rock Al Aronowitz, que o considerava um grupo de "marginais" e sua música, "inacessível". Apesar disso, levou-o a tocar no Café Bizarre, quando Andy Warhol conheceu a banda e se tornou o novo empresário. A partir daí, o Velvet passou a ficar conhecido pela vanguarda artística de Nova Iorque, composta por poetas, músicos, artistas plásticos e cineastas. Estes criticavam o movimento hippie não só em termos musicais, mas também visuais e em sua ideologia. As drogas e o sexo também faziam parte da cultura dos "pré-punks", mas a cannabis e o LSD foram substituídos pela heroína e anfetamina, enquanto que o sexo foi visto com uma liberdade ainda maior; muitos dos artistas da época se assumiam bissexuais.
A cantora Nico (que também atuou em filmes de Fellini) fez parte do Velvet no primeiro disco da banda, mas havia muitos desentendimentos entre Reed e ela. Considerado o líder do Velvet, Reed sempre desejou seguir em carreira solo; após o lançamento desse primeiro disco, desmanchou a banda. Mas a transgressão de valores e a "crueza" de suas canções transformaram Lou Reed no "padrinho do punk", como comparam McNeil e McCan (id., ibid., p. 437). Nas palavras de Lou Reed: "O velho som era alcoólico. A tradição foi finalmente quebrada. A música é sexo, drogas e alegria. E a alegria é a piada que a música entende melhor. (id., p. 30)
Por volta de 1967, outra banda surgiu para complementar a cena "pré-punk" da América: os Stooges. Liderada por Iggy Pop, esta banda começou quando o mesmo decidiu fazer "seu próprio blues simples" e compôs a música I wanna be your dog. Além disso, outra influência definitiva para Iggy decidir fundar sua banda foi Jim Morrison; apesar de não gostar do som e da poesia dos Doors, ele admirava a postura sensual e misteriosa de Morrison. Assim, juntando a vontade de criar uma nova sonoridade para o rock à preocupação com o visual das banda nas apresentações ao vivo, os Stooges, marcaram o início de um movimento que culminaria com o punk rock. O primeiro guitarrista da banda, Ron Asheton, caracteriza a sonoridade da banda em sua primeira apresentação (id., p. 57):
A gente inventou alguns instrumentos que usou no primeiro show. A gente pegou um liquidificador com um pouco de água e colocou um microfone bem embaixo dele e ligou. Tocamos isto por uns quinze minutos antes de entrar no palco. Era um som incrível, especialmente saindo das caixas de som, todo desconjuntado. A gente tinha uma tábua de lavar roupa com microfones. Então Iggy calçava sapatos de golfe e subia na tábua de lavar e ficava meio que arrastando os pés por ali. A gente pôs microfones nos galões de sessenta litros de óleo (...) usou dois martelos como baquetas. Peguei emprestado até o aspirador de pó da minha mãe porque o som parecia o de um motor a jato. Sempre adorei aviões a jato.
A influência do glitter rock era visível nas caracterizações dos artistas da época. Para essa primeira apresentação, Iggy se vestiu com um "grande camisolão" que ia até os tornozelos, pintou a cara de branco, raspou as sobrancelhas e colocou uma peruca de folha de alumínio torcida. Scott Asheton, o baterista da banda, conta que veio daí o apelido Iggy Pop (id.):
Nós tínhamos um amigo chamado Jim Pop (...) que havia perdido quase todo o cabelo, incluindo as sobrancelhas. Por isso, (...) a gente começou a chamá-lo de Pop. (...) Iggy começou a suar e aí descobriu pra que servem as sobrancelhas. Perto do fim do show, os olhos dele estavam totalmente inchados por causa de todo aquele creme e purpurina.
Contemporâneos dos Stooges o MC5 era uma banda marcada pelo radicalismo político. Musicalmente, este grupo não apresentava muita inovação (o que ficava por conta dos Stooges), mas seu surgimento foi importante para firmar o que viria a ser a característica de muitas bandas de punk rock: a crítica de oposição ao governo.
O MC5 tocou na convenção do Partido Democrata em Chicago, em 1968, mas foram expulsos do local por policiais. Na época, ele viviam em repúblicas estudantis que pareciam "comunas vikings", onde todos liam o Livro Vermelho de Mao Tse-Tung. Eles faziam parte do movimento dos Panteras Brancas, que, apesar da política de revolução, também cultivavam uma postura sexista, de submissão das mulheres.
Outros artistas que também contribuíram para a formação da identidade punk foram Patti Smith e os New York Dolls.
Inicialmente envolvida apenas com a poesia, Patti Smith foi uma das primeiras a circular por Nova Iorque com roupas e cortes de cabelo diferentes. Uma grande admiradora de Rimbaud, ela também poderia ser uma das precursoras da ideologia punk do it yourself (faça você mesmo), já que, em muitos casos, improvisava seus versos durante as apresentações de poesia.
O New York Dolls adaptou o exagero do visual e da androginia glitter até mesmo na sua denominação - dolls=bonecas, enquanto sua música minimalista ganhava cada vez mais admiradores. Eles passaram a fazer shows na Inglaterra, onde imprimiram um som contrário ao progressivo que dominava o cenário do rock na época.
Em 1975, Legs McNeill junta-se a dois amigos que tinham o projeto de fundar uma revista, a qual ele chamou Punk. Nas palavras do próprio autor, “‘punk’ pareceu ser o fio que conectava tudo que a gente gostava – bebedeira, antipatia, esperteza sem pretensão, absurdo, diversão, ironia e coisas com um apelo mais sombrio”.(id. p.222)
Assim, aquele estilo musical que se definia no cenário norte-americano desde 1971, recebeu um nome. E a partir do ano do surgimento da Punk, a banda que sintetizaria o movimento também despontou no cenário norte-americano: os Ramones.

Rock`n Roll no sangue.........................AAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!! (parte 2)


A “Geração Beat”


Em fins de 1950, o rock’n’roll já se apresentava como um produto inserido no sistema cultural. A postura de diversos setores da sociedade havia mudado em relação ao rock: se antes ele era maldito, condenado pelos setores mais conservadores, agora já fazia parte dos valores da sociedade em geral. Nessa época, o gênero sofreu um “esvaziamento”, provocado pela intensa comercialização dos discos de rock’n’roll e a divulgação de ritmos dançantes.
Essa ´comercialização´, esse abrandamento do fogo do rock, repercute entre os próprios artistas negros quando à prosperidade da Era de Eisenhower promove o aparecimento de uma classe média negra que se pretende ´respeitável´ e psicologicamente embranquecida. (MUGGIATI, 1973, p. 41)
Ao mesmo tempo em que o rock’n’roll se expandia, alguns músicos negros passaram a criar um tipo de música mais suave, até mesmo religiosa: “Era uma música sob medida para servir de pano de fundo sonoro à TV...”(id.)
Um dos presidentes dos Estados Unidos no final da década de 1950, Eisenhower foi um herói da Segunda Guerra; sob seu governo, o país era considerado o guardião da paz no mundo, apesar da entrada na Guerra do Vietnã. Esse acontecimento desencadeou muitas manifestações por parte dos jovens, que condenavam a guerra.
Por volta de 1960, um novo personagem surge no cenário do rock, movido pelo ideal de revolução e por forte sentimento político: Bob Dylan, o “apanhador nos campos de centeio”. Como compara Muggiati (1973), Dylan é a personificação de Holden Caulfield, o garoto desajustado do livro de J. D. Salinger – personagem considerado o ponto de ruptura no modelo juvenil americano da década de 50.
Paralelamente à música de Dylan, o movimento beatnik também movimentava a América, inclusive influenciando na composição das músicas e na postura dos jovens da época. A expressão beat, segundo Mugiatti (1985, p. 61), poderia representar “batida”, “ritmo” ou também “derrotado”, “cansado”, enquanto que nik relacionava-se a “esquerdismo”, “rebelião”. Jack Kerouac e Allen Ginsberg foram importantes representantes da estética beat.
A música de Dylan se encaixa em um novo “modelo” de rock que surgia no começo da década de 60: a canção de protesto. Junto com Joan Baez, uma cantora de ascendência mexicana, Dylan se tornou o porta-voz da juventude pela liberdade, contra a guerra do Vietnã e o preconceito racial. Em 1963, os dois estavam na Marcha dos Direitos Civis sobre Washington, ao lado do líder negro Martin Luther King.
A música de Dylan e Baez era a chamada folk song. Ao som de violão, voz e gaita, eles se preocupavam com a poesia das letras; o importante, nesse caso, era a mensagem a ser transmitida. Uma das canções de Dylan de maior sucesso foi Blowin’ in the Wind; ele também publicou um livro de poemas, intitulado Tarantula, em 1966. Joan Baez teve uma de suas canções, Diamonds and Rust, regravada anos mais tarde por uma banda de heavy metal, Judas Priest.
No entanto, a influência de Bob Dylan (vaiado no Festival de Newport por se apresentar ao som de guitarra elétrica) e Joan Baez foi se dissolvendo a partir de 1965, como explica Chacon (1985):
...parece ter sido o ano da virada. O burburinho que vinha se formando no início da década, seja no sentido Rock, seja num sentido mais amplo, tomou contornos rápidos a partir daquele ano e tornou São Francisco a nova capital do mundo juvenil.

“DÁ LICENÇA, ME DEIXA BEIJAR O CÉU?”


Na década de 60, as roupas coloridas, cabelos compridos e o “flower power” tomaram conta da América, mais especificamente da Califórnia, com o movimento hippie. Movidos pelo slogan “paz e amor”, esses jovens que se entregaram à ideologia do pacifismo, do amor livre e das “viagens” de LSD representaram um movimento importante para a contracultura: “o movimento hippie vai construir suas comunidades em meio a um clima astrológico que previa (...)o advento de um novo mundo”(CHACON, 1985. p. 63). Eles esperavam pela “Era de Aquário” em meio à busca pelo prazer: “...não havia lugar para a injustiça social, a degradação da natureza e a opressão humana.”(MUGGIATI, 1985, p. 41)
Neste contexto, acontece o Festival de Monterey, em 1967, quando surge uma nova estrela que teria seu nome gravado na história do rock: Janis Joplin. Essa branca do Texas, que passou a adolescência ouvindo cantoras negras de blues como Bessie Smith e Billie Holliday, “aos 17 anos abandona a família para cantar em troca de bebida nos bares de beira de estrada, seguindo a trilha errante dos cantores de blues” (MUGGIATI, 1973, p. 45). A voz rouca de Janis e sua interpretação nos palcos a tornaram uma das cantoras mais sensuais de todos os tempos; uma de suas frases confirma essa característica, mas também demonstra a sua dor ao lidar com as pressões da carreira: “Faço amor no palco com 25 mil pessoas e depois vou para casa sozinha” (id., 1985, p. 13).
Outro importante artista que deixou seu nome marcado como um dos maiores guitarristas de rock foi Jimi Hendrix. Influência para muitos outros que vieram nas décadas seguintes, Hendrix inaugurou o virtuosismo nas canções de rock; o uso de tecnologia para a distorção de sons, apresentações de contorcionismos com a guitarra e o visual extravagante foram marcas registradas deste astro do rock.
Seu relacionamento quase sexual com a guitarra se assemelha à dança de acasalamento de uma espécie estranha, de uma raça interplanetária. Além das contorções corporais, Jimi joga com as distorções sonoras, arrancando notas incríveis da guitarra, envenenada por uma quantidade de novos recursos eletrônicos. (id., p. 17)
No início, Hendrix formou o The Jimi Hendrix Experience, mas sua carreira se consolidou realmente como artista solo, acompanhado, muitas vezes, por outros músicos. Uma de suas canções mais conhecidas, Hey Joe, conta a história de um marido que mata sua esposa; essa música, inclusive, foi regravada nos anos 90 por uma banda brasileira, O Rappa.
The Doors foi outro grupo que surgiu em 1967 e teve uma curta, porém marcante carreira. Jim Morrison, vocalista e líder da banda, mostrava grande sensualidade no palco. Um dos interesses de Morrison, que também havia estudado técnicas cinematográficas em Los Angeles, era o xamanismo, antiga religião asiática. No dicionário, xamã significa “sacerdote mágico, que entra em transe”, e essa descrição é adequada à postura de Jim Morrison. A música The end, do mesmo disco da clássica Light my Fire, foi incluída no filme Apocalipse Now, de Francis Ford Copolla.
Uma possível explicação para o nome The Doors a inspiração da banda no livro de Aldous Huxley, de 1954, The doors of perception, o qual se relacionava às sensações provocadas pelo uso de drogas. Como explica Muggiati (1973), artistas como Jim Morrison buscavam o efeito da sinestesia em suas canções – “o estímulo que atua sobre um canal sensorial parece evocar imagens de outro canal tão prontamente como se fossem sensações do mesmo ‘modo’”. Para isso, as drogas exerciam papel fundamental: “naqueles dias a vida ou corria muito rápida (como quando se rebobinava um filme) ou então tudo parava, no torpor das drogas (como em câmara lenta).” (id., 1985)
Ainda houve muitos outros grupos que caracterizaram o rock de São Francisco, influenciado pela cultura dos hippies e, conseqüentemente, pelo psicodelismo. Entre eles, The Grateful Dead, Buffalo Springfield, The Byrds, The Mamas and Papas (autores da clássica California Dreamin’), Creedence Clearwater; mas um que merece destaque é o Jefferson Airplane.
Como explica Muggiati (1973), o grito de guerra do Jefferson Airplane, liderado pela vocalista e compositora Grace Slick, era Feed your head! (Alimente sua cabeça). Isso demonstra uma das características do rock desta época, que, além de ser chamado de acid rock (rock-ácido), também ficou conhecido como head-music (música de “cuca”, ou de “curtição”).
Entretanto, em 1970, as mortes de importantes representantes do acid rock abalaram a ligação entre a música e as drogas: Jimi Hendrix é sufocado com seu próprio vômito, depois de uma intoxicação de barbitúricos e Janis Joplin é encontrada em seu quarto, vítima de overdose de heroína. No ano seguinte, Jim Morrison morre devido a uma parada cardíaca. Os três formaram a chamada “Santíssima Trindade Trágica do Rock”, como compara Muggiati, e marcam uma época de transição - a partir de 1970, o rock sofre uma nova mutação.


A Invasão Inglesa


Antes da história continuar na América, é preciso se deslocar para a Inglaterra. Desde o início da década de 1960 o país apresentava uma movimentação no cenário do rock, bandas se apresentando nos pubs (bares) londrinos. Neste contexto, os jovens protestavam contra a corrida nuclear e o passado histórico do país justificava as manifestações desta geração: “...os ingleses tinham a II Guerra, o colonialismo, o espírito vitoriano e outras imagens e culpas da História que pareciam alimentar muito mais a produtividade musical...” (CHACON, 1985, p. 30) Musicalmente, era comum entre os artistas britânicos a referência ao skiffle, um ritmo de percussão baseado nos sons de instrumentos improvisados.
Assim como na América o consumo foi supervalorizado no início da história do rock’n’roll, este também o foi na Inglaterra a partir de 1960 e mais uma vez o cinema procurou retratar esses valores. Nesta época foram produzidos os filmes da série James Bond, em que o personagem é um espião perseguindo seus objetivos a qualquer custo.
A classe que ascendeu na Inglaterra foi a operária, que finalmente, sob a influência do blues, deu os primeiros passos para o surgimento de importantes grupos de rock. Inclusive, uma cidade operária – Liverpool - foi o berço de uma das principais bandas da história do rock – e talvez a principal: The Beatles.


O Submarino Amarelo


No início de 1956, John Lennon formou o conjunto The Quarrymen, que nada mais era do que uma reunião informa de amigos. O grupo se estabilizaria em 1960, com Paul McCartney e George Harrison como guitarristas, Stu Sutcliffe no baixo e o baterista Pete Best.
Neste mesmo ano, The Quarrymen deixa de existir; em seu lugar, surge uma “banda profissional de rock’n’roll’, os Beatles. O nome foi uma combinação da palavra beetle (besouro) com uma expressão comum à época para o rock: música beat. A referência aos insetos foi uma homenagem ao grupo de Buddy Holly, chamado Crickets (grilos).
Em 1962, os Beatles foram tocar em Hamburgo, Alemanha, quando encontraram o baterista Ringo Starr, que tocava com os Hurricanes. Pouco tempo depois, ele substituiria Pete Best. Finalmente em agosto deste mesmo ano, o grupo entraria nos estúdios de Abbey Road para a gravação do primeiro compacto da banda, com as músicas P.S. I Love You e Love me Do. Nesta época, Stu Sutcliffe havia deixado os Beatles e Paul tomou a posição de baixista do grupo.
Com o segundo single, Please Please Me, os Beatles alcançaram o topo das paradas britânicas. A esta altura, Brian Epstein já era o empresário da banda; sua disposição e talento em vender a imagem do grupo o transformaram no “quinto beatle”.
Em 1963, apenas um ano depois do primeiro lançamento dos Beattles, a Beatlemania eclodiu na Inglaterra. Brian Epstein e o produtor George Martin, da EMI, decidem partir com a banda para os Estados Unidos, cientes da popularidade do grupo. Em 1964, os Beatles conquistam a América com I Want to Hold Your Hand. A apresentação da banda no programa de televisão de Ed Sullivan – o mesmo que tinha lançado Elvis Presley – foi a alavanca para que a mídia norte-americana passasse a publicar matérias sobre os “Fab Four” (como eram conhecidos).
Ainda neste mesmo ano, os Beatles lançam seu primeiro filme, A Hard Day’s Night, em que representam a banda sendo perseguida por uma legião de fãs fanáticas. A trilha sonora do filme trouxe canções como Can’t Buy me Love e a romântica And I Love Her – a primeira de uma série de baladas de Paul McCartney.
Durante os shows dos Beatles, quase não se ouvia suas músicas, devido à quantidade de garotas que gritavam histericamente pelos músicos. A partir de 1965, o grupo passou a se preocupar mais com as composições, deixando o amor romântico de lado e empenhando-se em explorar outros temas. O disco Rubber Soul, lançado neste mesmo ano, marca o amadurecimento da banda, visível na crítica social de Nowhere Man ou nas referências abstratas de Norwegian Wood, entre outras composições deste disco.
O ano de 1966 marca a primeira experiência dos Beatles com o LSD (até então, a maconha era a droga mais consumida). Revolver, lançado neste ano, confirmou a mudança de direção que apenas havia sido esboçada no álbum anterior. George Harrison aparece como um compositor importante, colocando suas referências à música indiana, como o som de cítara em Love to You. Neste disco, a dupla de compositores Lennon-McCartney praticamente se desfez, na medida em que o vocalista geralmente era o autor da canção que interpretava.
Junto com a mudança de rumo da banda, também veio a decisão de parar com as turnês. Com mais tempo livre, cada beatle resolveu se isolar por um tempo. Nesse meio tempo, John Lennon conheceu a artista plástica Yoko Ono, George Harrison viajou Índia, Paul McCartney voltou a estudar artes e Ringo Starr saiu de férias.
Em 1967, eles se reuniram novamente para a produção do álbum que mudaria definitivamente os padrões do rock’n’roll: o experimental Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.
Apropriadamente chamado de cabaré alucinatório (...) o álbum dá a idéia de um concerto o vivo – o barulho de público e a faixa título introdutória são seguidas pelo resto das canções, por um refrão final de Sgt. Peppers, e o bis, ou epílogo, A Day in the Life. (FRIEDLANDER, 2002, p. 135)
Na verdade, este álbum foi concebido como a materialização de uma fantasia dos quatro integrantes da banda, que introduziram elementos artísticos inovadores em cada uma das canções. Ele foi composto como uma colagem, em que o trabalho do produtor George Martin foi fundamental para tornar possível as experimentações sonoras pretendidas pelos Beatles. Na música A Day in the Life, por exemplo,a banda quis introduzir no final uma nota audível somente pelos cachorros; realmente, fica a impressão de um espaço “vazio” quando se escuta esta música. A capa de Sgt Pepper’s também demonstra o experimentalismo pretendido pelo grupo; personagens admirados pelos Beatles, como Karl Marx, Jung, o Gordo e o Magro, William S. Burroughs, Aldous Huxley, amigos como Dylan, Sutcliffe e os Rolling Stones, povoam a colagem de um retrato acima de um jardim de maconha (imperceptível aos executivos da gravadora).
Em agosto de 1967, os Beatles são atraídos pela meditação transcedental do guru indiano Maharishi Mahesh Yogi. Enquanto eles buscavam por uma regeneração espiritual, recebem a notícia de que Brian Epstein havia morrido, por excesso de remédios para dormir –esse fato foi como um presságio para a dissolução da banda poucos anos depois.
Com a perda de Brian Epstein – e influenciados pelos conselhos do Maharishi - os Beatles passaram a se preocupar com os negócios da banda pessoalmente. Com uma idéia de Paul, decidem lançar o filme The Magical Mistery Tour, sobre uma viagem psicodélica em um ônibus. No entanto, nem o filme, nem a trilha sonora tiveram sucesso; muitos críticos consideraram a empreitada uma “bomba promocional”. Alguns dos poucos números bem recebidos pela crítica foram I am the Walrus, Fool on the Hill e a canção título.
Em 1968, os Beatles se encontram novamente com o Maharishi; eles partem com uma comitiva para a Índia, mas não ficam por muito tempo. O interesse do guru indiano por autopromoção logo veio à tona, e os Beatles compuseram a canção Sexy Sadie, em alusão a essa decepção: “’Sexie Sadie, what have you done/You made a fool of everyone’ (Sexie Sadie, o que você fez/você fez todo mundo de idiota)”. (id., p. 138)
De volta para a Inglaterra, a banda resolveu se dedicar à expansão dos negócios da Apple, a empresa que haviam fundado em 1967 para cuidar do marketing dos Beatles. O primeiro projeto desta companhia foi um desenho animado baseado em uma composição de 1966, Yellow Submarine; o resultado se mostrou uma “festa colorida para olhos e ouvidos”.
Em novembro deste ano, o primeiro disco da Apple foi lançado; as trinta canções do White Album, como ficou conhecido, foram acomodadas em um álbum duplo. Depois do desastre de Magical Mistery Tour, este lançamento representou o melhor momento dos Beatles após a morte de Epstein. Helter Skelter, While my Guitar Gently Weeps, Ob-La-Di,Ob-La-Da, Blackbird e Piggies, entre outras, são algumas das canções deste disco, marcado por diversidades estilísticas. No entanto, apesar deste bom momento musical, internamente as coisas não andavam muito bem.
Cada vez mais os integrantes dos Beatles se afastavam um dos outros, dedicando-se mais aos seus projetos individuais. Assim, após o lançamento de White Album, a tentativa de realizar um projeto grandioso para o ano de 1969 – batizado de Get Back - não deu certo. O projeto começou em janeiro, mas as gravações foram abandonadas no dia 30, quando os Beatles promoveram um show no telhado prédio da Apple. - a última apresentação dos Beatles. O compacto Get Back/Don’t Let Me Down, com os resquícios da gravação, foi lançado em abril deste ano, para agradar aos fãs.
O casamento de Lennon com Yoko Ono e MacCartney com a fotógrafa Linda Eastma, em março de 1969, foi sintomático do individualismo que se instaurou entre os membros da banda, já que refletia o desejo de cada um por interesses pessoais. Mesmo em meio a esse “clima de separação”, Abbey Road é lançado pela EMI, constituindo um fenômeno de vendas.
Quando Abbey Road chegou às lojas, os Beatles já não eram uma banda; cada integrante estava mais envolvido com seus projetos solo e haviam rejeitado a proposta de uma turnê norte-americana. Como a banda ainda precisava cumprir seu contrato com a EMI, algumas canções do antigo projeto Get Back foram transformadas no disco Let it Be, que nem sequer foi produzido por George Martin. Este disco continha apenas dez músicas e representou o “amargo” fim dos Beatles, que foi anunciado oficialmente em 1970.
Pedras que Rolam
Entretanto, não só do sucesso dos Beatles vivia a Inglaterra. Rolling Stones e The Who são exemplos de grupos que surgiram na década de 60 e que marcaram o rock em muitos sentidos.
O verso de uma canção de blues de Muddy Waters – rolling stones gather no moss (pedras que rolam não criam musgo) - dá o nome ao conjunto fundado pelo guitarrista Brian Jones. O vocalista, Mick Jagger, torna-se o líder da banda após a saída de Jones. A influência negra é uma das marcas do grupo, além da sensualidade e uma certa androginia, características da performance de Jagger.
O repertório dos Rolling Stones é um verdadeiro ‘erotikon’ e, se o grande tema de suas canções é a alienação, o assunto certamente é sexo. Não foi por acaso que um de seus maiores sucessos, a música que marcou seu estilo, se chamou ‘(I can´t get no) Satisfaction’, comentário cáustico sobre a impotência do homem moderno. Nos concertos, Mick Jagger costuma rebolar com a malícia de um travesti e manipula o microfone fálico com mil insinuações. (MUGGIATI, 1973, p. 94)
Em 1968, os Stones exploram o engajamento político na música Street Fighting Man, influenciados pelas manifestações políticas de massa que emergiam. A música, composta por Mick Jagger e Keith Richards, torna-se hino dos revolucionários e é censurada pela polícia de Chicago.
Diz a canção...: ‘Everywhere I hear the sound of marching, charging feet, boy/Comes summer here and the time is right for fighting in the streets, boy’. – ‘Por toda parte ouço o som de pés marchando, atacando, boy/O verão chegou e a hora é de lutar nas ruas, boy’. (...) E, no final, a canção dos Stones também tende para a solução individual em detrimento da política: ‘But what can a poor boy do/Except sing in a rock´n´roll band/Guess in sleepy London town there´s just no place for a street fighting man’. – ‘Mas que pode um garoto pobre fazer/Exceto cantar num grupo de rock’n’roll?/Pois na sonolenta cidade de Londres, não há lugar para um homem de briga-de-rua.’ (id., p. 25)
A música dos Stones é da mesma época de Revolution, dos Beatles. Esta última também foi composta a partir do contexto político-social de 1968, marcado principalmente pelas manifestações de maio deste mesmo ano. Os críticos passam a analisar Revolution e Street Fighting Man e a compará-las, sendo que consideram a primeira como uma “contra-revolução” e a segunda como a “verdadeira revolução”. Mas, tanto as últimas estrofes da música dos Stones quanto uma declaração de Jagger – “Eles devem pensar que ‘Street Fighting Man’ é capaz de promover uma revolução...Eu bem que gostaria que isso fosse verdade” (id.) – demonstram que a idéia dos críticos se baseia em suposições.
Outro grupo inglês desta época que merece destaque é o The Who. A banda torna-se um exemplo claro da busca pela sinestesia e a sensualidade nas músicas. Esses dois aspectos são visíveis na ópera-rock Tommy, composta pelo guitarrista Peter Towshend. A música conta a história de um menino que nasceu cego, surdo e mudo – imagem alusiva à repressão social dos indivíduos. Os pais do garoto o levam a médicos e até a milagreiros, até que um dia ele passa por uma experiência psicodélica e tem seus sentidos liberados. Já foram realizadas várias encenações para a apresentação da história de Tommy.
O refrão cantado por Roger Daltry em tom de súplica, ‘See me, feel me, touch me, heal me’ é um apelo em favor da abertura das percepções, do descondicionamento, da libertação dos sentidos. Nota-se na frase uma superposição dos diversos ‘modos’ sensoriais.” (MUGGIATI, 1973, p. 95)
A performance do The Who foi o ponto que mais caracterizou o grupo inglês, um dos primeiros a destruir instrumentos no palco (não se esquecendo dos rituais de Hendrix com a guitarra). Este costume, que se tornou comum em muitas bandas de rock que despontariam anos depois, tem explicações antropológicas. Segundo estudiosos das manifestações culturais de antigas tribos, a raiz desta atitude dos artistas de rock está no potlatch.
O potlatch é uma prática das sociedades primitivas que consiste na troca ou destruição de bens pelos chefes do clã ou da tribo. O líder afirma com esse gesto sua independência, mostrando maior capacidade de retribuir do que de receber. (...) desafia assim os chefes de outras tribos a negarem, como ele, a riqueza, recolhendo desse ato de aparente autodestruição um prestígio político imenso, e reforçando sua imagem junto aos seus. (MUGGIATI, 1985, p. 100)
A destruição nos palcos era aceita pelo público, o que caracteriza uma nova forma de comunicação entre a banda e a platéia de seus shows. O grupo inglês passou a infundir uma nova atitude para o rock, que o tornou mais pesado e sofisticado – o que se convencionou chamar hard rock.
Sob esse novo contexto, registra-se o surgimento de guitarristas herdeiros do virtuosismo de Hendrix, como por exemplo Eric Clapton e Jimmy Page, ambos fortemente influenciado pelo blues.
Em fins de 1960, Clapton ingressou no Cream. Como o próprio nome indica (“creme”), a preocupação era com a elaboração instrumental, ou seja, muitas melodias e solos de guitarra bem trabalhados; o grupo alcançava os níveis sonoros de uma orquestra apenas com o som de estúdio. O Cream teve grande repercussão, sendo que em 1968, o LP Disraeli Gears era o mais vendido nos Estados Unidos.
Jimmy Page tocou incialmente com The Kinks e Joe Cocker. A convite de seu amigo, o também guitarrista Jeff Beck, integra o Yeardbirds (que posteriormente se transformaria no Led Zeppelin, nos anos 70). Essa banda caracterizou-se pela presença de grandes guitarristas (Eric Clapton também havia tocado neste grupo). Page influenciou muitos guitarristas que surgiram nas décadas seguintes e também se utilizava das escalas de blues para compor músicas de rock.
Ainda antes da virada 1960/1970 se firmar como a época de novas revoluções musicais, acontece a sagração da contracultura: o festival de Woodstock, entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969. Após os acontecimentos políticos de 1968, o festival representou a convergência cultural do movimento hippie. Em um grande campo aberto em White Lake, New York, cerca de 500 mil pessoas viveram três dias de “paz e música”, embaladas pelo som dos maiores artistas de rock da época.
O ingresso para um dia de Woodstock custava 7 dólares, mas a maioria do público quebrou as cercas e entrou sem pagar nada. Joan Baez, Janis Joplin, Jimi Hendrix, The Who, Grateful Dead, Joe Cocker, Jefferson Airplane, Iron Butterfly, Creedence Clearwater, entre outros, se apresentaram a uma multidão que aguardava o sonho hippie ser concretizado. Na realidade, os que vivenciaram os três dias de festival, “saíram de lá sentindo-se ungidos de santidade, como seres privilegiados de outro planeta, superior”(MUGGIATI, 1985, p.45). O evento foi documentado em um filme de mais de três horas de duração, dirigido por Michael Wadleigh


Rock'n Roll no sangue...................AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (parte 1)




Dia 13 de Julho é considerado o dia mundial do Rock, então vai aí a história desse estilo musical que "arregaçou" o mundo......


ROCK’N’ROLL – COMO TUDO COMEÇOU



Como não poderia deixar de ser, a história do rock começa com um grito: o grito do negro, que veio para a América como escravo e influenciou a sociedade norte-americana com a sua musicalidade. Em fins de 1950, nos Estados Unidos, a chamada “geração silenciosa”, marcada pelo fim da Segunda Guerra Mundial, viu-se frente a um ritmo até então desconhecido, derivado da sonoridade de um povo marginalizado.
O primeiro grito negro cortou os céus americanos como uma espécie de sonar, talvez a única maneira de fazer o reconhecimento do ambiente novo e hostil que o cercava. À medida que o escravo afundava na cultura local - representada, no plano musical, pela tradição européia – o grito ia se alterando, assumia novas formas.(MUGGIATI, 1973, p. 8)
Antes de definir o rock, é preciso considerar o nascimento do blues - resultado da fusão entre a música negra e a européia. Este ritmo se encontra nas raízes musicais dos primeiros artistas de rock e sua denominação decorre da palavra “blue”, que em língua inglesa também significa “triste”, “melancólico”. Assim, essa nova música “doce-amarga” se transformou na principal base para a revolução sonora da década de 50.
No entanto, é preciso enfatizar que, além do grito negro e das notas melancólicas do blues, a dança e, principalmente o som das guitarras elétricas, foram fatores essenciais para a caracterização do rock. Neste ponto é que se encontra uma variação do blues: o rhythm and blues.
O ‘rhythm and blues’ é a vertente negra do Rock. É ali que vamos buscar, quase que exclusivamente (e só digo quase por espírito científico), as origens corpóreas do Rock. Reprimidos pela sociedade ‘wasp (white, anglo-saxon and protestant)’, a mão-de-obra negra, desde os tempos da escravidão, se refugiava na música (os blues) e na dança para dar vazão, pelo corpo, ao protesto que as vias convencionais não permitiam. (CHACON, 1985, p. 24)
Caracterizado como uma versão mais agressiva do blues, o rhythm and blues se formou a partir da necessidade dos cantores em se fazer ouvir nos bares em que tocavam, já que os sons dos instrumentos elétricos exigiam um canto mais gritado (MUGGIATI, 1973). Ainda assim, para a consolidação da primeira forma do rock - o rock’n’roll - houve também a fusão com a música branca, a chamada country and western (música rural dos EUA). Chacon (1985) compara esse gênero ao blues, na medida em que representava o sofrimento dos pequenos camponeses, o lamento.
Os principais atingidos pela revolução sonora do rock’n’roll foram os jovens, inicialmente nos Estados Unidos e depois no mundo todo. Nos primeiros anos da década de 1950, estes jovens se encontravam em meio a disputas entre o capitalismo e o comunismo (a guerra da Coréia em 1950) e a uma valorização do consumismo, da modernização, fruto do progresso científico gerado no pós-guerra.
Nessa época, a tradicional sociedade norte-americana passou a ser contestada pelos jovens, os quais foram rotulados de rebeldes sem causa. Os filmes de Hollywood representavam a alienação jovem; o personagem de James Dean, no filme Juventude Transviada (1955), representava o comportamento adotado pela juventude: recusar o mundo sem no entanto chegar a uma visão crítica da realidade, divididos entre amor/pacifismo e violência/autodestruição. (MUGGIATI, 1973)
No entanto, mais do que o cinema, a música se firmou como o canalizador das idéias contestatórias dos jovens, frente à insatisfação com o sistema cultural, educacional e político. E o rock’n’roll era o ritmo que ditaria esse comportamento.
...a vibração negra, sua voz grave e rouca, sua sexualidade transparente e seu som pesado agora alimentado pela guitarra elétrica, tudo isso parecia bem mais atrativo a milhões de jovens, inicialmente americanos mas logo por todo o mundo, que pareciam procurar seu próprio estilo de vida. (CHACON, 1985, p. 25)
O rock’n’roll, afinal, surgiu na América como um movimento da contracultura, visto que suas primeiras manifestações eram contrárias aos valores até então veiculados: “(...) figuravam convites à dança e ao amor (não necessariamente ao casamento), descrições de carros e de garotas, histórias de colégio e dramas da adolescência...”(MUGGIATI, 1985, p. 19-20)
Em 1954, Bill Haley and his Comets, com a música (We´re Gonna) Rock around the clock, levou os jovens a ingressarem nesse novo ritmo – que no início era apenas um modismo - a partir da expressão contida no título da música, ou seja, dançando sem parar (around the clock). Esta música, que lançou Bill Haley para o sucesso mundial, também fez parte do filme Blackboard Jungle (Sementes de Violência).
A denominação deste novo gênero, que revolucionou a maneira de fazer e ouvir música a partir de 1950, veio de um disc-jockey norte-americano, Alan Freed, que se inspirou em um velho blues: My daddy he rocks me with a steady roll (Meu homem me embala com um balanço legal). Ele foi um personagem importante para os primeiros momentos do rock, já que passou a divulgar ‘festinhas de rock’n’roll após o programa de música clássica que mantinha em uma rádio em Ohio. Tudo começou quando foi convidado por um amigo a visitar uma loja de discos em que viu vários jovens dançando ao som de uma música que até então ele nunca havia parado para ouvir: o rhythm and blues. (MUGGIATI, 1973, p. 36)
O rock é muito mais do que um tipo de música: ele se tornou uma maneira de ser, uma ótica da realidade, uma forma de comportamento. O rock ´é´ e ´se define´ pelo seu público. Que, por não ser uniforme, por variar individual e coletivamente, exige do rock a mesma polimorfia (...)Mais polimorfo ainda porque seu mercado básico, o jovem, é dominado pelo sentimento da busca que dificulta o alcance ao porto da definição ( e da estagnação...) (CHACON, 1985, p. 18-19)
Assim, o ritmo dançante da música de Bill Haley contagiou os jovens e também levou muitos outros artistas a seguirem seus passos. Ele adaptou o ritmo do swing (ritmo dançante) ao som das guitarras elétricas e transformou (We´re Gonna)Rock around the clock no hino oficial do rock’n’roll. Depois de Haley, outros artistas da década de 50, como Chuck Berry, Little Richard, Buddy Holly e Jerry Lee Lewis também marcaram presença na história do rock’n’roll. A música do ex-trombadinha negro, Chuck Berry, foi inclusive inspiração para outros artistas que apareceram no cenário do rock anos mais tarde. Johnny B. Goode, de autoria de Berry, é até hoje ouvida e tocada por muitos amantes do rock em geral.

Um dos artistas mais importantes dos primeiros anos do rock’n’roll foi Elvis Presley. Como explica Chacon (1985), “só um símbolo sexual, devidamente municiado pelos melhores autores e ‘cantando e suando como um negro’ poderia transformar aquele modismo numa verdadeira revolução”. A sensualidade presente na voz rouca e na sua maneira de dançar, que transformaram Elvis numa superestrela do rock, tornou-o um exemplo clássico da influência negra sobre a sociedade branca norte-americana – aspectos para os quais Chacon (1985) chama a atenção. Além disso, sua história também tem pontos em comum com a de outros artistas: vidas atribuladas, envolvimento com drogas, relacionamentos desfeitos e um triste fim. Estes foram também alguns dos ingredientes das vidas de Jerry Lee Lewis, que teve muitos problemas com bebida e se casou várias vezes ou de Buddy Holly, que morreu ainda jovem em um desastre de avião.

O envolvimento com drogas e a vida atribulada dos artistas de rock ficaram marcados como algumas das características do gênero; a vida dos artistas citados acima demonstra que isso começou ainda nos primórdios do rock’n’roll.
“O Rei do Rock”
Elvis Aaron Presley nasceu em 8 de janeiro de 1935, em Tupelo, Mississipi, em um casebre de dois cômodos. Seu irmão gêmeo, Jesse Garon, morreu ao nascer. Talvez levada pelo sentimento dessa perda, a mãe de Elvis, Gladys, idolatrava o filho.

Desde criança, Elvis interessava-se pela música; aos oito anos ganhou da mãe sua primeira guitarra. Ele ia com seus pais à igreja freqüentemente e adorava música gospel, o que o fez entrar para um coral. Além da música que ouvia na igreja, Elvis tornou-se um ouvinte assíduo de rádios que tocavam blues e r&b(rhythm and blues).
Em 1948, Elvis mudou-se com a família para Memphis, onde seu pai arranjou um emprego de caminhoneiro. Como não se preocupava muito com os estudos, Elvis contentava-se em garantir o mesmo emprego de seu pai, mas continuava a interessar-se por música.
No último ano escolar, o até então tímido Elvis Presley começou a chamar atenção. Ele levava o violão para a escola (chegou a ganhar um concurso de talentos) e adotou um estilo de cabelo diferente, mais comprido, além de usar roupas vistosas e multicoloridas. Foi quando conseguiu um emprego como chofer que percebeu a chance para uma reviravolta na sua vida:
Naquele verão, em seu novo emprego (...) para uma companhia de eletricidade, Elvis estacionou durante a hora do almoço diante do número 706 da Union Avenue, em Memphis. Pagou quatro dólares e saiu com o único exemplar do primeiro disco de Elvis Presley, um acetato de dez polegadas com uma canção em cada lado.” (MUGGIATI, 1985, p.30)
Este primeiro disco que gravou pela Sun Records não impressionou o dono da gravadora, Sam Phillips. Mas quando ele juntou-se ao guitarrista Scotty Moore e ao baixista Bill Black, uma brincadeira de estúdio chamou a atenção de Phillips, que os mandou continuar com a gravação. Essa brincadeira era a música That’s all Right (Mama), do bluesman negro Arthur “Big Boy” Crudup e virou o primeiro sucesso comercial de Elvis Presley. A partir daí iniciaram turnê pelos Estados Unidos.
A gravação de That’s all Righ (Mama) representou a “síntese da música blues e country que deu origem ao chamado ‘rockabilly’ (...) uma criação de Elvis Presley, que combinou o estilo vocal rouco e emocionado e a ênfase no ‘feeling’ rítmico do blues...” (Friedlander, 2002, p. 70) O guitarrista Scotty Moore também contribuiu para esse estilo, ao misturar o estilo country de tocar com a nota sustentada do blues.
O sucesso do rock’n’roll fez com que as grandes gravadoras procurassem novos artistas. A RCA, percebendo o efeito de Elvis nas platéias, pagou à Sun 35 mil dólares pelo último ano de seu contrato. Assim, Elvis Presley caiu nas mãos do “coronel” Tom Parker.
Como aponta Friedlander (2002), Elvis não era o mais talentoso instrumentista ou compositor, mas ele teve “o momento” e “a equipe”, o que fez toda a diferença. A brilhante capacidade de Tom Parker para divulgação e gerenciamento da carreira de Elvis foi essencial para sua transformação em “Rei do Rock”.
Assim, seguiram-se centenas de discos, dezenas de filmes e longas turnês, embalados pela histeria das fãs que não resistiam à sensualidade de Elvis. Em 1956, ele gravou Heartbreak Hotel e I Want You, I Need You, I Love You. As duas músicas conquistaram o primeiro lugar das paradas de sucesso, sendo que no final deste ano, o domínio era literalmente seu. Don’t Be Cruel e Hound Dog formavam um compacto duplo que chegou ao primeiro lugar. Entretanto, gradativamente Elvis ia perdendo sua vida própria, sendo cada vez mais manipulado para fins comerciais.
No final dos anos 50, Elvis alistou-se no exército, quando teve seu cabelo – “um dos símbolos da masculinidade roqueira’ – cortado. “Impulsionado pela imagem de Elvis, ‘o patriota’, sua fama (...) aumentou, inclusive entre os adultos”. (id. p. 73)
Durante o período em que se alistou, Elvis perdeu a mãe, fato que muitos consideram nunca ter sido superado por ele. No início dos anos 60, enquanto o rock’n’roll seguia seu curso, Elvis resolveu gravar “baladas água com açúcar”, como It’s Now ou Never e Are You Lonesome Tonight?. Nesta época, ele não dominava mais as paradas, deixando até mesmo de apresentar-se em público e perdendo a postura de “roqueiro rebelde”.
Em 1968, Elvis volta aos palcos, mas estava exausto. A partir de 1970, seu comportamento autodestrutivo começou a preocupar alguns de seus amigos. Elvis havia engordado bastante (tinha que fazer dietas para apresentar-se em público) e estava usando tantas drogas, que chegou ao ponto de não conseguir levantar da cama em certos dias. O depoimento de um amigo constata que “seu corpo não funcionava mais como o de um ser humano normal. (...) Ele era uma farmácia ambulante”. (id. p. 75)
Essa fase também representou o isolamento de Elvis, que vivia fechado em sua mansão em Graceland. Em 16 de agosto de 1977, seu organismo esgotou-se, e ele morreu no banheiro de sua mansão, com pelo menos dez tipos de drogas circulando pelo seu corpo.
Até o final de sua carreira, Elvis Presley emplacou 107 canções de sucesso, o que representa um recorde – os Beatles ocupam o segundo lugar com a marca de 48 canções. Até hoje considerado por muitos o “Rei do Rock”, a importância de Elvis reside no fato de foi ele quem solidificou o rock como um estilo de música popular. Para a juventude de sua época, foi o representante da rebeldia, sexualidade e vitalidade.
(texto de Simone Marques, extraído do site http://www.clubrock.com.br/)













sexta-feira, 10 de julho de 2009

ZERO............


Prova de História UFC 2009

Galera do 3° ano taí a prova objetiva de História da UFC 2009, a "bichinha já toda comentada........pau nos estudos moçada, olha o vestibular............

21. Leia o texto a seguir.
Ofício da Villa do Crato. Temos presente o Ofício de V. Excelências do primeiro do corrente a que acompanharam os Decretos da dissolução da Assembléia Constituinte e Legislativa do Brasil plenamente congregada no Rio de Janeiro [...] e apesar do laconismo que se observa em dito Ofício, ele veio pôr-nos em perplexidade pelo modo decisivo com que V. Excelências, supremas Autoridades desta Província, mandam sem mais reflexão (...) Jornal Diário do Governo do Ceará, 1º de abril de 1824.
A citação acima se refere à dissolução da Assembléia Constituinte, em 1823, fato que se relaciona
com a eclosão da Confederação do Equador. Sobre a participação do Ceará nesse movimento revoltoso, assinale a alternativa correta.

a) O Ceará participou da Confederação do Equador porque pretendia romper com a dependência
econômica e política em relação a Pernambuco.
b) A província do Ceará almejava se isolar das demais províncias do atual Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Alagoas.
c) O crescimento da exportação de algodão fez com que os proprietários e comerciantes cearenses lutassem pelos interesses do grupo “corcunda”, aliado de D. Pedro I.
d) O grupo “patriota”, composto por membros da família Alencar, defendia idéias monarquistas para garantir os direitos do Ceará junto ao imperador.
e) A maior parte das elites cearenses aderiu ao movimento levada pelo receio de perder sua autonomia, em decorrência do centralismo político imposto pela Constituição de 1824.

Questão 21 – Alternativa E
Parte significativa das elites cearenses, representadas por Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, José Pereira Filgueiras e Pe. Inácio de Loiola Albuquerque e Melo (Pe. Mororó), os “patriotas”, temia perder a autonomia política que gozava no Ceará, em virtude da dissolução da Constituinte em 1823 e da imposição da Constituição de 1824. Por esta razão, a alternativa E está correta. A alternativa A está incorreta porque, em 1799, por decisão da Coroa portuguesa, romperam-se os laços oficiais que mantinham o Ceará como capitania econômica e politicamente dependente de Pernambuco. Contudo, manteve-se entre as duas capitanias uma forte relação, motivada por laços econômicos e familiares (caso da família Alencar), os quais não se desejava romper. A alternativa B está errada porque o Ceará aderiu ao movimento juntamente com outras províncias da atual região Nordeste – Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Alagoas –, compondo a Confederação do Equador. As alternativas C e D estão incorretas porque a queda, e não o crescimento, da exportação do algodão do Ceará foi mais um elemento que contribuiu para a adesão dessa província ao movimento de cunho liberal e federativo, fomentado pelo grupo “patriota” (composto por José Martiniano de Alencar, Pe. Pinheiro Landim etc.), contrários aos “corcundas”, de feição monarquista e absolutista.
22. O Ato Adicional, decretado no período das regências no Brasil pela Lei nº 16, de 12 de agosto de 1834, estabeleceu algumas modificações na Constituição de 1824. Acerca dessas alterações, assinale a alternativa correta.

a) O Conselho de Estado foi reorganizado para que fosse possível conter os conflitos provinciais.
b) Os presidentes provinciais passaram a ser eleitos e a ter o poder de aprovar leis e resoluções
referentes ao controle dos impostos.
c) O estabelecimento da Regência Una, ao invés da Regência Trina, significou a eleição de um único regente, com mandato até a maioridade de D. Pedro II.
d) As assembléias legislativas provinciais foram criadas para proporcionar autonomia política e administrativa às províncias no intuito de atender às demandas locais.
e) A Corte, com sede no Rio de Janeiro, por meio da aliança entre progressistas e regressistas, continuou centralizando as ações em defesa da Constituição de 1824.

Questão 22 – Alternativa D
O conteúdo da alternativa D está correto porque expressa a essência das reformas na Constituição de 1824, propagada pelo Ato Adicional de 1834. Ou seja, a substituição dos antigos conselhos gerais pelas assembléias provinciais conferiu às províncias autonomia política e administrativa. A alternativa A está incorreta porque o Ato Adicional de 1834 suprimiu o Conselho de Estado, objetivando limitar os poderes do imperador, uma vez que aquele assessorava este no exercício do poder Moderador. Os presidentes das províncias continuaram sendo indicados pelo governo central do Império e, conseqüentemente, só poderiam sancionar leis e resoluções das assembléias provinciais que não interferissem nas rendas (impostos) a serem arrecadadas pelo governo central. Por isso, a alternativa B está incorreta. O Ato Adicional estabeleceu também a Regência Una, eletiva e temporária, renovável de quatro em quatro anos, enquanto durasse a menoridade de D. Pedro II. Por essa razão, a alternativa C está incorreta. Por sua vez, a alternativa E está errada porque não houve aliança entre progressistas e regressistas em relação às modificações propostas para a Constituição de 1824, visto que os progressistas (liberais exaltados) eram adeptos de reformas políticas mais radicais, e os regressistas (chamados caramurus) eram contrários à adoção de medidas limitadoras do poder do imperador.

23. Ao contrário da América espanhola, a América portuguesa não apresentou, no princípio, abundância de metais preciosos. Na falta de riqueza mineral, foi o açúcar que, em termos econômicos, tornou viável os primeiros passos da colonização. Sobre o contexto da produção de açúcar nos engenhos coloniais portugueses, no século XVI, assinale a alternativa correta.

a) A existência de um solo ideal para o cultivo da cana-de-açúcar fez com que as capitanias situadas nas atuais regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil experimentassem um maior desenvolvimento.
b) A organização da produção açucareira no Brasil estava voltada para o atendimento da crescente e rentável demanda do mercado europeu, não atendida pelos engenhos da colônia portuguesa dos Açores.
c) A autoridade do senhor de engenho se restringia aos limites de sua propriedade, estando fora dela submetida às leis e normas da Coroa portuguesa, defendidas na colônia por um forte aparato militar e judiciário.
d) Os senhores de engenho, em comparação com os barões do café, tratavam seus escravos com menos violência, pois estes eram tidos como mercadorias de alto valor e de difícil reposição.
e) O alto valor do açúcar no mercado internacional promoveu um grande acúmulo de riqueza na
colônia, que logo superou, em volume, a economia da metrópole.

Questão 23 – Alternativa B
Unidade basilar do processo de colonização portuguesa da América no século XVI, os engenhos foram implantados com o objetivo de ampliar a participação de Portugal, que já os possuía em sua colônia açoriana, no rentável comércio internacional do açúcar, cujo consumo entre os europeus crescera muito após a quebra do monopólio veneziano, no século XV; logo, a alternativa correta é a B. O solo massapé, ideal para o cultivo da cana-de-açúcar, foi encontrado no litoral da atual região Nordeste, em maior abundância em Pernambuco e no Recôncavo baiano, possibilitando que ali ocorresse um maior desenvolvimento da indústria açucareira. A exploração da região Centro-Oeste se deu apenas no final do século XVII com a expansão territorial motivada pela busca de metais preciosos; assim, a alternativa A está incorreta. A alternativa C está errada porque, durante o século XVI, o sistema de capitanias, criado em 1534, e o Governo Geral, criado em 1548, mostraram-se ineficientes como instrumentos da Coroa portuguesa para a manutenção da ordem e aplicação da justiça na colônia, onde prevaleciam a vontade e a autoridade dos senhores de engenho. A alternativa D está incorreta porque o emprego da violência como forma de disciplinar os escravos era comum tanto nos engenhos quanto nas fazendas de café. A alternativa E está errada porque as relações comerciais entre a colônia (Brasil) e a metrópole (Portugal) eram regidas pelo Pacto Colonial, que estabelecia a exclusividade metropolitana sobre a produção e comercialização de todo produto colonial. Dessa forma, o açúcar produzido nos engenhos brasileiros somente poderia ser comercializado sob a chancela portuguesa. A vigoração desse pacto limitou o acúmulo de riquezas pelos senhores de engenho, restringindo o desenvolvimento da economia local, que permaneceu, por todo o século XVI, bastante inferior à economia portuguesa.

24. Leia o texto a seguir.
Em novembro de 1904, data da revolta [da Vacina], o trabalho de demolição das casas para abrir a avenida Central, executado por cerca de 1800 operários, terminara, e 16 novos edifícios estavam sendo construídos. O eixo central da avenida fora inaugurado em 7 de setembro, em meio a grandes festas, já com serviços de bonde e iluminação elétrica. A derrubada de cerca de 640 prédios rasgara, através da parte mais habitada da cidade, um corredor que ia da Prainha ao Passeio Público. CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 37. Sobre as obras públicas descritas na citação acima, assinale a alternativa correta.

a) Faziam parte do projeto republicano de remodelação urbanística da capital brasileira, para destruir os vestígios físicos da colonização portuguesa.
b) Eram parte do programa nacional de industrialização, que pretendia transformar a cidade do Rio de Janeiro no maior pólo industrial da América Latina.
c) Foram postas em prática sob a motivação de ideais higienistas e de modernização e aformoseamento do espaço urbano, característicos daquele período.
d) Ocorreram graças às ações reivindicatórias da população mais pobre do Rio de Janeiro, que
reclamava melhorias em suas condições de moradia e transporte.
e) Foram realizadas com o objetivo de fixar as camadas populares na região central do Rio de Janeiro, impedindo que migrassem para as áreas nobres da zona norte.

Questão 24 – Alternativa C
Nos primeiros anos do século XX, um dos principais objetivos dos governos republicanos era promover a modernização e a higienização da cidade do Rio de Janeiro. Sob o comando do prefeito Pereira Passos, auxiliado pelo diretor do Departamento de Saúde Pública, o cientista Oswaldo Cruz, foi realizado, no período de 1902 a 1906, um grande número de obras de abertura de novas ruas, construção de prédios públicos e saneamento, com o objetivo de deixar a capital da República mais bela, moderna e saudável; assim, a alternativa correta é a C. A alternativa A está errada porque, embora tenha promovido uma reconfiguração urbana da cidade do Rio de Janeiro, em molde bem diverso do modelo urbanístico colonial, as reformas do início do século XX não tinham como meta apagar da capital da República as evidências da colonização portuguesa. A alternativa B está incorreta porque não havia, nos primeiros anos da República brasileira, nenhum “programa nacional de industrialização”; as primeiras ações concretas e efetivas do governo federal em prol da industrialização do Brasil se deram apenas nas décadas de 1940 e 1950. A alternativa D está errada porque as reformas urbanas atendiam os interesses da elite carioca, que queria uma cidade mais moderna e higienizada, e não da população mais pobre, que foi quem mais sofreu nesse processo. As reformas comandadas por Pereira Passos promoveram a derrubada de um grande número de casas populares e cortiços na região central do Rio de Janeiro, obrigando a população pobre a se mudar para áreas periféricas, localizadas especialmente na zona norte da cidade; por isso, a alternativa E está errada.

25. Aos egípcios devemos uma herança rica em cultura, ciência e religiosidade: eram habilidosos cirurgiões e sabiam relacionar as doenças com as causas naturais; criaram as operações aritméticas e inventaram o sistema decimal e o ábaco. Sobre os egípcios, é correto afirmar também que:

a) foram conhecidos pelas construções de navios, que os levaram a conquistar as rotas comerciais para o Ocidente, devido a sua posição geográfica, perto do mar Mediterrâneo.
b) deixaram, além dos hieróglifos, outros dois sistemas de escrita: o hierático, empregado para fins práticos, e o demótico, uma forma simplificada e popular do hierático.
c) praticaram o sacrifício humano como forma de obter chuvas e boas colheitas, haja vista o território onde se desenvolveram ser desértico.
d) fizeram uso da escrita cuneiforme, que inicialmente foi utilizada para designar objetos concretos e depois ganhou maior complexidade.
e) usaram as pirâmides para fins práticos, como, por exemplo, a observação astronômica.

Questão 25 – Alternativa B
A alternativa B está correta porque, efetivamente, os egípcios, depois da hieroglífica, deixaram outras duas formas de escrita: a hierática, empregada para fins práticos, e a demótica, um sistema simplificado e popular da hierática. A alternativa A está incorreta porque, apesar de o Egito possuir saída para o Mediterrâneo, isto não o fez conhecido pelas construções de barcos. Foram mais conhecidos pela construção de pirâmides. A rota para o Ocidente seria dada a conhecer pelos espanhóis, com a ajuda de Cristóvão Colombo, em 1492. A alternativa C está errada porque não existem provas de prática de sacrifícios humanos para os egípcios obterem chuvas e boas colheitas. Apesar dos desertos que existem no país, os egípcios sempre tiveram boas colheitas graças ao rio Nilo, um dos maiores rios do mundo. O Egito foi considerado o celeiro do Oriente Médio. A alternativa D é falsa porque os egípcios, além de fazer uso das escritas hierática e demótica, também usaram a hieroglífica, mas nunca a cuneiforme, utilizada pelos sumérios. Finalmente, a alternativa E está errada, pois a cultura egípcia não estava livre das convenções religiosas que tanto limitaram sua arte. Assim, as pirâmides tiveram uso religioso, e não prático.

26. Sobre a conquista da América, é verdade dizer que astecas, incas e maias foram subjugados pelos espanhóis, embora houvesse superioridade numérica de índios. Para isso contribuíram o uso de armas de fogo, os conflitos internos entre os nativos e as doenças transmitidas pelos conquistadores. Sobre a conquista dos incas, assinale a alternativa correta.

a) Os incas foram derrotados porque acreditaram que os conquistadores eram deuses de volta aos Andes e se sacrificaram em frente deles.
b) A conquista do vasto território inca foi se consolidando sem resistência por parte dos indígenas, sobretudo dos quéchuas, que foram exterminados.
c) O aventureiro Fernão Cortez cruzou o Panamá, chegou ao Pacífico e comandou a conquista dos
incas, aproveitando-se das lutas internas que enfraqueciam o Império.
d) Atahualpa consultou os sacerdotes-adivinhos para que explicassem a invasão dos conquistadores. Por não obter resposta, o rei os matou, e dessa forma o Império teocrático colapsou.
e) O conquistador espanhol, após ter tido contato direto com Atahualpa, armou-lhe uma cilada e o fez prisioneiro; pediu resgate em ouro, mas, mesmo assim, o matou. Sem o rei, o Império desestabilizou-se e caiu.

Questão 26 – Alternativa E
A alternativa E está correta porque, tendo tido contato direto com Atahualpa, rei inca, Pizarro armoulhe uma cilada e o fez prisioneiro. Pediu resgate em ouro e, uma vez obtido o metal, o matou. Dessa forma, o Império Inca desestabilizou-se, pois o rei era a cabeça principal do Estado teocrático. A alternativa A está errada porque os incas não foram derrotados por acreditar que os espanhóis eram deuses de volta ao Império. A alternativa B está incorreta porque os incas e outros índios resistiram à conquista e à colonização, cultivando essa resistência até os dias atuais. A alternativa C está errada porque Fernão Cortez conquistou o México, e não o Peru. Finalmente, a alternativa D está incorreta porque não existem provas históricas que mostrem que Atahualpa assassinou os sacerdotes-adivinhos do Império em virtude de estes não saberem explicar a invasão dos conquistadores.
27. O ano de 1968 ficou famoso na história devido a uma série de manifestações de massa que criticaram os governos e a organização autoritária das sociedades, levando a transformações na política e nos costumes de várias sociedades contemporâneas. Assinale a alternativa que contém dois eventos ocorridos durante o ano de 1968.

a) A Revolução Cubana e a revolta de maio na França.
b) O Festival de Woodstock nos EUA e a Revolução Cubana.
c) A Revolução Cultural na China e o Festival de Woodstock nos EUA.
d) A revolta de maio na França e a Primavera de Praga na Tchecoslováquia.
e) A Primavera de Praga na Tchecoslováquia e a Revolução Cultural na China.

Questão 27 – Alternativa D
Neste ano de 2008 comemoraram-se os quarenta anos das rebeliões de 1968, revoltas que se propagaram a partir da França para várias partes do mundo, inclusive para o Brasil. Defendendo lemas como os de “É proibido proibir” e “Todo poder ao povo”, iniciou-se uma crítica radical aos valores autoritários da sociedade moderna. O combate à educação autoritária, a defesa da liberdade sexual e da autonomia operária, a luta contra a guerra do Vietnã e a crítica à sociedade de consumo e ao stalinismo nos países do leste europeu foram alguns dos temas que viraram o mundo de ponta cabeça, atacando a política tradicional tanto da direita quanto da esquerda e provocando uma transformação nos costumes liderada pela juventude. O maio francês foi o principal evento dessa época, e na Europa foi marcante a luta do povo tcheco, conhecida como Primavera de Praga, contra o socialismo autoritário dirigido a partir do regime soviético. Dessa forma, a alternativa D contém a resposta correta. As demais alternativas estão incorretas porque: 1) a Revolução Cubana ocorreu no ano de 1959 e em 1962 já estava consolidada; 2) o Festival de Woodstock ocorreu no ano de 1969 e marcou o ápice da contracultura musical norte-americana, mas não teve um caráter nitidamente político; 3) a Revolução Cultural na China iniciou-se em 1966 e aprofundou a centralização do poder político do regime maoísta, não podendo ser considerada como uma revolução anti-autoritária.

28. Leia o texto a seguir.
A cada 1º de maio, lembramos de Parsons, Spies e seus companheiros de patíbulo. Mas poucos lembram do nome de James Towle, que foi, em 1816, o último “destruidor de máquinas” enforcado. Caiu pelo poço da forca gritando um hino luddita [sic] até que suas cordas vocais se fecharam num só nó. FERRER, Christian. Os destruidores de máquinas. In Libertárias, n. 4, dez/1998, São Paulo, p. 5. Sobre os destruidores de máquinas, de que trata o texto acima, assinale a alternativa correta.

a) Foram trabalhadores ingleses que combateram com ações diretas a mecanização dos teares durante a Revolução Industrial.
b) Eram grupos de rebeldes irlandeses liderados pelos radicais jacobinos insatisfeitos com a restauração da monarquia dos Bourbon na França.
c) Eram integrantes das vanguardas das trade unions, os primeiros sindicatos de trabalhadores da Inglaterra, que elaboraram a “Carta do Povo”.
d) Foram trabalhadores anarquistas que morreram enforcados por terem lutado pela jornada de oito horas durante a greve geral de Haymarket Riot, em Chicago.
e) Eram grupos de indígenas do meio oeste dos EUA, entre eles os sioux, que atacavam os trens (cavalos de aço) que dividiam as manadas de búfalos dentro de seus territórios.

Questão 28 – Alternativa A
O texto de Christian Ferrer trata de um episódio controverso iniciado em 1811, ainda durante a primeira Revolução Industrial na Inglaterra, quando da intensificação da mecanização das tecelagens em Nottinghamshire, e que se alastrou por todos os condados vizinhos nos anos seguintes. Centenas de homens, mulheres e crianças investiram contra os proprietários de fábricas e os novos teares mecânicos que impediam os trabalhadores de dominarem o processo produtivo e continuarem sobrevivendo como artesãos, obrigando-os a se tornarem operários assalariados. Seguiam um líder desconhecido (talvez até inexistente) chamado Ned Ludd, daí o termo luditas. Durante muito tempo foram considerados trabalhadores retrógrados que combatiam o progresso, mas o movimento do ludismo foi recolocado em destaque, principalmente por E. P. Thompson, sendo considerado pioneiro de uma importante discussão da sociedade industrial: qual a relação que desejamos ter com as máquinas. Portanto, a resposta correta é a alternativa A. O jacobinismo republicano também alcançou a Inglaterra, sendo muito forte entre os imigrantes nacionalistas irlandeses, mas a restauração dos Bourbon não tem nenhuma relação com a transição do trabalho artesanal ao mecânico; por esta razão, a alternativa B está incorreta. A alternativa C também está incorreta, pois se refere ao movimento cartista da Inglaterra, que seguia outra direção, ou seja, a via da luta pelo sufrágio universal e pela participação dos operários no Parlamento. Quanto à alternativa D, é incorreto afirmar que os trabalhadores que morreram enforcados no evento citado (que são homenageados pela comemoração do 1° de maio) tenham sido destruidores de máquinas. A alternativa E também está errada; embora seja verdadeiro que as sociedades indígenas dos EUA tenham combatido a construção de ferrovias, o texto em questão refere-se aos destruidores de máquinas durante a Revolução Industrial na Inglaterra.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Amigo é "amigo"..........



Dois bêbados conversavam num boteco quando, a certa altura da madrugada, o primeiro propõe:
— Que tal irmos para um puteiro?
— Boa idéia — responde o segundo e ao dar mais um passo em direção do companheiro, cai e se esborracha no chão.
O primeiro, ao ver o lamentável estado do amigo, conclui que ele jamais terá forças para fazer sexo com uma mulher e decide levá-lo para sua própria casa.
Ao bater à porta, são atendidos por uma mulher velha e mal-encarada.
— Que puta mais feia! — comenta o segundo bêbado.
— Essa é a minha mãe — diz o primeiro, sem-graça.
— Aaaahh! Então eu vou comer só por consideração!

Resposta do problema de Xadrez

Para quem chegou ao resultado, meus parabéns..........para quem ainda está batalhando aí vai a resposta
1. Bb8 f2
2. Tc7 Rh2
3. Th7 #

Plante e reggae a Paz............

Galerinha vai aí im link de uma banda de reggae muito louca.............é só clicar no link, vai aparecer um código e depois é só aguardar alguns segundo e clicar na opção de download........depois é só curtir no mpqualquer número...............



http://www.badongo.com/file/2473037

sábado, 4 de julho de 2009

EH..................

Papito...........


FÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉRIASSSSSSSSSSSSSSSS!!!!


Galerinha é só alegria............depois da EXPOMORT, ops............ "Vamu" é curtir essa folga de 1 mês...........
Mas lembrem-se, façam tudo com muita responsabilidade.................
Bjus e abraços desse amigo de vocês...................
Eu continuarei a fazer postagens..............prinipalmente pro 3º ano, que irá prestar o vestibular........
fui............

sexta-feira, 3 de julho de 2009

PROVA DE GEOGRAFIA 2° ANO - GABARITADA


01. (CEFET/PR) O termo plantation é utilizado para definir um certo tipo de agricultura introduzido pelos europeus em suas colônias a partir do século XVI. Suas características gerais são:

a) grandes propriedades com produção destinada ao mercado interno.
b) grandes latifúndios monocultores agroindustriais voltados ao mercado externo.
c) pequenas propriedades monocultoras de subsistência ao redor das grandes cidades.
d) propriedades onde predomina a agricultura caracterizada como jardinagem.
e) grandes propriedades com rotação de culturas e uso intensivo do solo.

02. (UNISA) A capacidade de crescimento da população é infinitamente maior do que a capacidade de produção de alimentos na Terra. Esse é o enunciado básico da doutrina de Malthus, que consiste no seguinte princípio:

a) progressão aritmética da população e progressão geométrica dos alimentos
b) progressão geométrica da população e alta taxa de natalidade
c) progressão aritmética da população e baixa taxa de mortalidade
d) progressão geométrica da população e progressão aritmética dos alimentos

03. Todos são considerados sistemas de produção agrícola, exceto:

a) agricultura de jardinagem
b) agricultura de subsistência
c) agricultura itinerante
d) os chamados “cinturões verdes”
e) n.d.a.

04. (UVA) O desenvolvimento da agricultura enfrenta vários problemas. Um desses problemas, decorrente da má utilização do solo, é:

a) o aparecimento de pragas.
b) o esgotamento dos solos férteis.
c) a falta de chuvas.
d) a queima de plantações pelas geadas.

05. (UVA) “A fome é uma criação do homem. Não resulta de condições naturais adversas tão pouco é conseqüência do crescimento populacional do Terceiro Mundo ou do fato de que “o pobre não sabe alimentar-se”, idéias bastantes difundidas e largamente utilizadas para mascarar a realidade...” (Adas, Melhem, In: A fome, crise ou escândalo. SP. Ed. Moderna)

I – A fome não é somente um grave problema biológico, é fundamentalmente um problema político, econômico e social.
II – A fome e a miséria existente no mundo não são resultado da influencia do meio sobre o homem, conforme apontam as idéias deterministas ao não considerarem a relação homem – homem.
III – A fome está associada à estrutura fundiária, onde a maior parte da terra encontra-se concentrada nas mãos de uma minoria formando latifúndios improdutivos. A grande propriedade caracteriza-se por apresentar uma agricultura voltada para a exportação, reduzindo a produção de alimentos, aumentando a fome, a desnutrição que atinge a grande maioria dos países subdesenvolvidos.
IV – Em Geografia Agrária a análise do problema da fome deve desconsiderar a estrutura fundiária, pois a concentração de grandes extensões de terras nas mãos de uma minoria, não contribui para a fome do Terceiro Mundo.

Estão corretos:

a) apenas os itens I, II e III.
b) os itens I, II, III e IV.
c) apenas os itens I e IV.
d) apenas os itens II e IV.

06. (UVA) “Sobral é um produto da riqueza dos que ocuparam os vales do Coreaú, Acaraú e Aracatiaçu”. Sobre o rio Acaraú não é correto afirmar:

a) é o segundo maio rio do Ceará em extensão
b) de caráter intermitente é perenizado pelas águas do açude Araras, hoje Paulo Sarasate
c) nasce na Serra das Matas e deságua no Oceano Atlântico, em Acaraú
d) o maior açude da Bacia do Acaraú é o açude Ayres de Souza, conhecido como Jaibaras.

07. (UFES) O homem na tentativa de encontrar formas que levam ao aumento da produtividade agrícola, tem investido em tecnologia, cujos resultados têm causado polêmica. Um dos casos mais recentes trata das plantas transgênicas, podendo-se afirmar que:

I – são derivadas de alteração da composição genética.
II – são resultantes da Revolução Verde e têm o objetivo de combater a fome e a miséria nos países pobres.
III – são resultantes de melhoramento genético por seleção.
IV – podem resultar em produtos agrícolas mais resistentes à deterioração após a colheita.
V – requerem mais estudos sobre a influência para a saúde humana.

Os itens que se complementam são:

a) I, II, III.
b) I, II, IV.
c) I, IV, V.
d) II, III, IV.
e) II, III, IV, V.

“Você deve ser a própria mudança que deseja ver no mundo”. (Mahatma Gandhi)

PROVA DE GEOGRAFIA 1° ANO - GABARITADA


01. (UEVA) Conceito 1 - : consiste na fusão de várias empresas cujas atividades se interligam, abrangendo desde as fontes de matérias-primas, passando por todas as fases da produção até a distribuição do produto no mercado, para garantir a manutenção dos preços em níveis elevados e uma alta margem de lucros.
Conceito 2 - : correspondem a acordos comerciais entre empresas que, embora conservem autonomia interna, se associam para distribuir entre si as cotas de produção, os mercados consumidores e determinar os preços do produto por elas fabricados.
A análise dos conceitos acima permite concluir que os mesmos correspondem, respectivamente aos seguintes agrupamentos econômicos:

a) oligopólios e monopólios
b)trustes e cartéis
c) conglomerados e holding
d) multinacional e oligopólio

02. Acerca da organização do trabalho e da produção é correto afirmar que:

a) Henry Ford foi o criador de um processo de produção que dividia e hierarquizava o trabalho, onde cada trabalhador realizava uma etapa do processo produtivo.
b) Frederick Taylor propôs a união do trabalho manual e intelectual, dando base fundamentais ao fordismo.
c) O modelo toyotista é caracterizado pelo seu baixo nível tecnológico e organizacional.
d) O processo conhecido como just in time tem como característica básica os estoques imensos
e) No modelo fordista proposto por Taylor, os trabalhadores não dependiam das famosas esteiras.

03. (UECE) Constitui uma das principais características do processo de globalização da economia e do consumo:

a) o aumento da exclusão social e das desigualdades entre os países
b) a desconcentração de renda, favorecida pela integração econômica entre os países
c) a diminuição da fragilidade econômica e institucional da maioria das nações de baixa renda
d) a diminuição dos conflito étnicos e religiosos

04.(CEFET/CE) A economia industrial do século XX desenvolveu-se sobre a base da aplicação da eletricidade à produção e da reorganização das fábricas em torno de linha de montagem. Essas inovações, introduzidas na fábrica de automóveis, disseminaram-se por todos os setores e permitiram a produção, em série, de mercadorias estandardi-zadas para mercados de massa. O aprofundamento da divisão do trabalho, o emprego de mão-de-obra numerosa e semiqualificada e a utilização intensiva de energia são características associadas à (ao):

a) fordismo
b) taylorismo
c) just in time
d) toyotismo
e) produção flexível

05. O Mercantilismo foi fundamental para o processo de acúmulo de capital e, conseqüentemente, para a expansão da Revolução Industrial. Sobre o Mercantilismo é incorreto afirmar que:

a) foi típico do período das Grandes Navegações
b) o protecionismo pode ser visto na imagem do Pacto Colonial
c) possui ligações com o Metalismo
d) com o surgimento das colônias houve o que chamamos de Divisão Internacional
e) foi primordial para o crescimento da mercadinho do Zé Toalha

06. Mesmo com a globalização os países subdesenvolvidos ainda se encontram em estado de pobreza, isso se agrava mais ainda com os empréstimos que esses países pedem das instituições internacionais. Marque a alternativa onde só há essas instituições:

a) BIRD, OMC e CBF
b) FMI, BIRD e OMC
c) BIRD, OMC e SKOL
d) BIRD, FMI e PQP
e) N.D.A.

07. A Revolução Industrial como qualquer processo histórico passou por várias fases, o salto tecnológico foi imenso ao se fazer um comparativo entre as invenções que surgiram. O próprio capitalismo modificou-se com o decorrer da Revolução Industrial. Entre estas mudanças estão, menos:
a) capitalismo comercial
b) capitalismo informacional
c) capitalismo financeiro
d) capitalismo industrial
e) capitalismo globalizado

08. (UVA) “Sobral é um produto da riqueza dos que ocuparam os vales do Coreaú, Acaraú e Aracatiaçu”. Sobre o rio Acaraú não é correto afirmar:

a) é o segundo maio rio do Ceará em extensão
b) de caráter intermitente é perenizado pelas águas do açude Araras, hoje Paulo Sarasate
c) nasce na Serra das Matas e deságua no Oceano Atlântico, em Acaraú
d) o maior açude da Bacia do Acaraú é o açude Ayres de Souza, conhecido como Jaibaras


É preciso viver, não apenas existir. (Plutarco)